Depois de quase cinco dias de julgamento, o júri popular em Mato Grosso absolveu, na madrugada deste domingo, o ex-delegado de polícia Ronaldo Antônio Osmar, da acusação de responsabilidade no assassinato do missionário jesuíta Vicente Cañas. O crime ocorreu há 19 anos na terra indígena dos Enawenê-Nawê, no Mato Grosso, e até hoje não havia sido julgado.
Vicente foi morto a facadas por defender a demarcação da terra do povo Enawenê-Nawê, e seu corpo foi encontrado 40 dias depois do crime na porta do barraco onde morava. A sentença do júri confirmou que o missionário jesuíta foi mesmo assassinado, mas absolveu Ronaldo de responsabilidade por não conseguir estabelecer a ligação entre ele e o crime. Ronaldo Osmar era delegado de polícia de Juína, município proximo à terra indígena, na época do crime.
Dos seis acusados de participação na morte de Cañas, dois já morreram, dois atingiram 70 anos, o que faz com que a acusação contra eles prescreva, Ronaldo foi absolvido e o último acusado, o pistoleiro José Vicente da Silva, vai enfrentar o tribunal na próxima semana. O júri popular começa no dia 6 de novembro na Justiça Federal em Mato Grosso.