Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Juca Chaves, o ‘Menestrel Maldito’ na ditadura, morre aos 84 anos

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Domingo, 26 de Março de 2023 às 13:15, por: CdB

“O Hospital São Rafael lamenta a morte do paciente Juca Chaves na noite deste sábado (25) devido a complicações de problemas respiratórios e se solidariza com a família e amigos por essa irreparável perda”, diz a nota da instituição.


Por Redação - de Salvador

O compositor, músico e humorista Juca Chaves, conhecido nos ‘Anos de Chumbo’ como o ‘Menestrel Maldito’, teve seu corpo velado neste domingo. Ele morreu na noite passada, aos 84 anos. O artista, que estava no Hospital São Rafael, em Salvador, será cremado no cemitério Parque Bosque da Paz. Segundo o hospital, ele teve complicações respiratórias.

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Chamado de 'Menestrel Maltido' pelo poeta Vinícius de Moraes, Juca Chaves atazanava a ditadura militar


“O Hospital São Rafael lamenta a morte do paciente Juca Chaves na noite deste sábado (25) devido a complicações de problemas respiratórios e se solidariza com a família e amigos por essa irreparável perda”, diz a nota da instituição.

Nascido em 1938, Juca Chaves, originalmente Jurandyr Czaczkes Chaves, é carioca, mas morava na capital baiana. Com formação erudita, ele iniciou a carreira na música no final da década de 1950. O artista é responsável pela música “Presidente bossa-nova”, que fazia referência ao presidente Juscelino Kubitschek. Do célebre compositor Vinicius de Moraes, ele recebeu o apelido de “Menestrel Maldito”, expressão que virou o título de um de seus trabalhos: “O Menestrel do Brasil”.

Modinha


Juca Chaves foi um dos grandes representantes do estilo modinha. Crítico da ditadura militar, ele fez vários shows no período do regime, com a marca do humor e das modinhas, e chegou a exilar-se em Paris por 10 anos durante o período mais grave do regime. O auge de sua carreira foi nas décadas de 1960, 1970 e 1980, quando lançou dezenas de discos.

Ele deixa mulher, Yara Chaves, e duas filhas, Maria Moreno e Maria Clara, com quem vivia na região de Itapuã, em Salvador. A morte do artista foi lamentada pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis, que em suas redes sociais disse: “Perdemos um artista completo, que misturava música e humor de uma forma ácida e divertida. Amou Salvador, da mesma maneira que cativou a gente com seu jeito único”.

Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia, também se manifestou, elogiando o “humor sempre sofisticado e tão fiel ao retratar o Brasil”. “Juca era carioca, cantor e compositor, humorista e “baiano” por escolha”.

O São Paulo Futebol Clube, time pelo qual Chaves torcia, homenageou-o em seus perfis: “Além de importante figura artística nacional, Juca era torcedor do Mais Querido, e foi autor da música “Marchinha do São Paulo”, em homenagem ao clube do coração”

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