Segundo relatos, o adolescente teria sido executado com mais de 15 tiros dentro da casa de uma amiga. Eduardo estaria sentado na porta da casa, quando policiais da Rotam se aproximaram. Neste momento, o adolescente teria se assustado e entrado na casa.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília
"Se é negro e favelado, então tava de pistola?" A pergunta estampava um dos cartazes do protesto de moradores da comunidade Portelinha, em Curitiba, contra o assassinato do jovem Eduardo Felipe Santos de Oliveira. Com 16 anos, Eduardo foi morto por policiais militares das Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), na noite de sábado. Segundo relatos, o adolescente teria sido executado com mais de 15 tiros dentro da casa de uma amiga. Eduardo estaria sentado na porta da casa, quando policiais da Rotam se aproximaram. Neste momento, o adolescente teria se assustado e entrado na casa. – Ele foi brutalmente morto pela polícia. Eu e meus dois filhos tínhamos recém saído de casa, foi questão de minutos. A polícia chegou atirando nele, ele correu para dentro da minha casa e mataram ele dentro da minha casa, com mais de 15 tiros – contou a moradora*. O jovem trabalhava com reciclagem e, eventualmente, como ajudante de pedreiro. Durante o protesto, moradores reafirmaram a inocência do adolescente e pediram paz nas favelas da cidade. – Ele tinha amigos, familiares, uma pessoa muito querida. Estamos cansados de ser oprimidos, de a polícia entrar na favela e tirar a vida de quem quiser. Eles tiram a vida e vão com a desculpa da troca de tiro – disse a moradora. Durante o protesto, os moradores bloquearam as principais vias de acesso à comunidade. Ao longo do ato, diversos moradores fizeram falas. Um deles destacou a truculência da polícia militar nas favelas e pediu mais cuidado. "Cuidado com as ações policiais, cuidado com as nossas crianças, nossas casas são de madeira, não aguentam bala. Temos crianças, idosos cadeirantes", afirmou.