Ex-jogador do Flamengo não foi alvo de ação e disse não ter envolvimento com irregularidades.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
O ex-lateral do Flamengo e empresário Léo Moura é investigado pela Polícia Civil por suposta ligação com a empresa Palpite na Rede, alvo da Operação Banca Suja na quinta-feira. A ação envolveu a Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD).

O ex-jogador não foi alvo da ação de quinta-feira, mas teria atuado como garoto-propaganda da marca.
Segundo os agentes, a ação é parte de uma estratégia usada por influenciadores para impulsionar o número de usuários e gerar ganhos proporcionais às inscrições em links.
A Palpite na Rede é apontada como fachada para um esquema de lavagem de dinheiro, estelionato e promoção de jogos de azar.
Em nota, o ex-jogador disse não ter envolvimento com irregularidades e que apenas prestou um serviço de publicidade. “Eu apenas fui contratado por uma empresa de publicidade para uso da minha imagem, sem qualquer vínculo com a empresa de apostas”, declarou.
A polícia, porém, avalia que o uso da imagem de figuras públicas contribui para “legitimar e expandir a visibilidade de atividades ilícitas, como cassinos online e apostas não regulamentadas”.
Esquema movimentou mais de R$ 130 milhões
Segundo a Polícia Civil, o grupo movimentou mais de R$ 130 milhões em apostas online, fraudes contra usuários e lavagem de dinheiro em três anos.
As equipes cumpriram mandados de busca e apreensão na capital e na Baixada Fluminense, especialmente em Duque de Caxias e Belford Roxo. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 65 milhões em contas bancárias e o sequestro de veículos e outros bens ligados aos suspeitos.
O objetivo da operação é enfraquecer as finanças da quadrilha, impedindo que o dinheiro de atividades ilegais continue alimentando outros negócios. Parte dos valores bloqueados poderá, inclusive, ser revertida para a própria Polícia Civil, para “financiar o próprio combate ao crime organizado”.
O grupo usava empresas de fachada e movimentações fracionadas para tentar dar aparência legal ao dinheiro vindo das apostas e de outros negócios ilícitos. Algumas dessas empresas, segundo os investigadores, movimentaram milhões em poucos meses, mesmo sem estrutura real para isso.
Os policiais descobriram ainda ligações com a máfia dos cigarros, que atua na Baixada Fluminense, e com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).