Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Itamaraty desaconselha visita de Putin, após mandado de prisão

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Terça, 21 de Março de 2023 às 11:54, por: CdB

O TPI, acrescentou o diplomata, “não é integrado por todos os países, então tem também uma abrangência que não é total, não é global. É limitada. Nós temos que, sobretudo, conhecer melhor as condições. Não há uma posição firmada nem oficial sobre isso”.


Por Redação - de Brasília

O chanceler Mauro Vieira desaconselhou uma possível visita do presidente Vladimir Putin ao Brasil, após o Tribunal Penal Internacional (TPI) expedir um mandado de prisão ao líder russo pela acusação de supostos crimes de guerra cometidos durante o conflito na Ucrânia, o que poderia gerar “complicações”. O Brasil, segundo Vieira, reconhece o TPI mas ainda não tem uma posição tomada quanto à medida.

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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, lembra que o país integra o TPI


— É uma questão que tem que ser examinada à luz do processo estabelecido. Eu, pessoalmente, não conheço ainda e não vi. O Brasil é parte do TPI, o Tribunal Penal Internacional, que nós respeitamos e seguimos. Qualquer viagem, qualquer presença dele (Putin) em um país que seja membro do Tribunal Penal Internacional pode levar a complicações, eu não tenho dúvidas — disse Vieira ao diário brasiliense ‘Metrópoles’, nesta terça-feira.

O TPI, acrescentou o diplomata, “não é integrado por todos os países, então tem também uma abrangência que não é total, não é global. É limitada. Nós temos que, sobretudo, conhecer melhor as condições. Não há uma posição firmada nem oficial sobre isso”.

Quanto a uma eventual visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Ucrânia, a agenda está prevista, embora Vieira não tenha especificado uma data.

— O presidente recebeu esse convite, mas não existe uma data por enquanto. Ele aceitou o convite e ficamos de fixar uma data mais adiante pela via diplomática, quando houver condições. Por enquanto não existe, vamos examinar as alternativas. Vai ser no momento que for possível. Vamos ainda discutir e fixar pela via diplomática um momento que será conveniente para as duas partes — afirmou.

Indicações


Ainda no campo diplomático, o presidente Lula indicou a diplomata Maria Luiza Ribeiro Viotti para o cargo de embaixadora do Brasil na capital norte-americana, Washington. Maria Luiza é a primeira mulher a ser indicada para o posto em 199 anos de relações bilaterais.

Nesta terça-feira, a Presidência da República também encaminhou ao Senado uma lista de nomes para que sejam sabatinados visando a ocupação de postos diplomáticos em diversos países.

Diplomata de carreira, Maria Luiza foi a representante do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU) por seis anos e também foi a responsável pela embaixada brasileira em Berlim, na Alemanha, por um período de três anos.

Extremismo


Para o posto de embaixador do Brasil na ONU, em Nova York, o governo Lula indicou o embaixador Sérgio França Danese, que havia deixado a representação na África do Sul após Bolsonaro oferecer o cargo para um indicado pelo então aliado Marcelo Crivella. O posto estava vago desde então. O embaixador e ex-chanceler Antonio Patriota foi indicado para a embaixada do Brasil no Reino Unido.

Para a embaixada do Brasil na França, o governo indicou Ricardo Neiva Tavares, que trabalhou ao lado do ex-chanceler Celso Amorim no segundo mandato de Lula. O posto de embaixador do Brasil em Buenos Aires, deverá ficar com Julio Glinternick Bitelli.

Já o diplomata Paulino Franco de Carvalho, que foi porta-voz do ex-chanceler bolsonarista Ernesto Araújo, foi indicado para a embaixada do Brasil no Cairo, no Egito. Carvalho é visto como um hábil articulador e que teve uma forte atuação para barrar o extremismo de Ernesto Araújo à frente do Ministério das Relações Exteriores.

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