Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Itamaraty cuida para evitar que Lula caia em uma armadilha com Trump

Celso Amorim garante que Lula não aceitará constrangimentos em reunião com Trump. Itamaraty busca evitar imprevistos e garantir um encontro produtivo.

Terça, 30 de Setembro de 2025 às 20:51, por: CdB

O ex-chanceler Celso Amorim lembrou que outros líderes já foram alvo de constrangimentos em reuniões com Trump, como o ucraniano Volodymyr Zelensky, o sul-africano Cyril Ramaphosa e o canadense Mark Carney.

Por Redação – de Brasília

Assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos internacionais, o experiente diplomata Celso Amorim afirmou, nesta terça-feira, que o líder brasileiro não aceitará qualquer tipo de constrangimento em uma eventual reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A diplomacia dos dois países já iniciou conversas para viabilizar um encontro talvez durante a cúpula da Asean, na Malásia, em outubro.

Itamaraty cuida para evitar que Lula caia em uma armadilha com Trump | O diplomata Celso Amorim é assessor de máxima confiança do presidente Lula
O diplomata Celso Amorim é assessor de máxima confiança do presidente Lula

— Lula jamais se deixará humilhar por Trump. Essa possibilidade não existe, pode tirar da cabeça — garantiu Amorim, em entrevista à mídia conservadora.

O ex-chanceler lembrou que outros líderes já foram alvo de constrangimentos em reuniões com Trump, como o ucraniano Volodymyr Zelensky, o sul-africano Cyril Ramaphosa e o canadense Mark Carney.

 

Imprevistos

Para evitar imprevistos, o Itamaraty estuda a realização de uma ligação prévia entre os dois presidentes antes da reunião presencial.

— Pode ser que a Malásia seja a melhor opção, mas o mais importante é que a reunião seja produtiva, como querem os dois países — acrescentou.

Em fevereiro, Trump discutiu publicamente com Zelensky; em maio, mostrou vídeos distorcidos a Ramaphosa; e, em outro momento, ironizou o Canadá diante de Carney. Tais episódios deixaram em alerta o governo brasileiro.

Apesar de ataques ao Brasil em discurso preparado na ONU, Trump elogiou Lula em improviso e disse ter sentido “excelente química” com o líder brasileiro.

— O contato pessoal sempre é muito importante, ele pode mudar tudo. O mundo é imprevisível, aprendi isso nos meus 83 anos — resume o ministro que chefiou o Itamaraty por mais de uma década.

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