Mesmo com pressão internacional, Israel se mantém firme no embate contra palestinos e agradece os EUA por entenderem que seus ataques à Faixa de Gaza são seu "direito de defesa e soberania".
Por Redação, com Sputnik - de Jerusalém
Mesmo com pressão internacional, Israel se mantém firme no embate contra palestinos e agradece os EUA por entenderem que seus ataques à Faixa de Gaza são seu "direito de defesa e soberania".
Na terça-feira um alto oficial israelense disse que Tel Aviv não está pronta para cessa-fogo até que o movimento palestino, Hamas, pague o preço por todos os foguetes já lançados a partir da Faixa de Gaza para território israelense, segundo o The Jerusalem Post.
– Israel não negociará um cessar-fogo antes que o Hamas pague um preço por seus ataques. Eles dispararam um monte de foguetes e, é claro, eles querem um cessar-fogo, isso seria perfeito para eles, assim, não precisam pagar um preço por atirar contra Jerusalém e depois (lançarem) 500 foguetes. (...) Haverá um cessar-fogo quando estivermos prontos para isso – disse o oficial citado pela mídia.
Também na terça-feira, o ministro das Relações Exteriores, Gabi Ashkenazi, falou com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. Segundo a mídia, Ashkenazi enfatizou que Israel tem o direito de defender sua soberania e não permitirá tentativas de ferir seus cidadãos, e que o Estado judeu continuará com a mão pesada contra terroristas.
– O Hamas escolheu o caminho do terrorismo e disparou mais de 500 foguetes contra as populações civis em Jerusalém, a capital de Israel, e no centro e no sul de Israel, ferindo dezenas de pessoas inocentes e matando três – disse o ministro.
De acordo com o The Jerusalem Post, Ashkenazi agradeceu a Blinken pelo apoio dos EUA ao direito de Israel de se defender e exortou à comunidade internacional que condene o terrorismo do Hamas e os foguetes de Gaza, em vez de dar um prêmio ao terrorismo.
Os conflitos
Os conflitos entre israelenses e palestinos estão fervilhando há quase três semanas. Em uma escalada intensa de embates, na segunda-feira, aconteceu o ponto mais alto do conflito, depois que o Hamas lançou diversos foguetes contra Israel, levando os militares israelenses a contra-atacarem. Entre foguetes e bombas, a população vive cenas de guerra em um confronto que não parece ter fim próximo.
Até o momento, 48 palestinos foram mortos, incluindo 14 crianças e mais de 300 ficaram feridos. Do outro lado, cinco israelenses morreram e mais de 200 ficaram feridos. O Exército israelense disse nesta quarta-feira que eliminou figuras-chave da inteligência do Hamas, incluindo o chefe do Departamento de Segurança da Inteligência militar do grupo e seu vice.
Mas por que os conflitos chegaram a esse ponto?
Israelenses e palestinos vivem um embate histórico e bélico que já dura anos, pois ambos clamam pelo território em questão como sendo a sua casa, principalmente a cidade de Jerusalém, sagrada para os dois povos, e a qual palestinos defendem como a capital de um futuro Estado palestino, enquanto Tel Aviv reivindica como sua capital, citando ligações bíblicas e históricas com a cidade.
No entanto, nas últimas semanas, os confrontos chegaram a níveis de violência que não aconteciam há bastante tempo. Um mês atrás, o mês sagrado muçulmano do Ramadã começou, e palestinos reclamaram de restrições severas por parte da polícia israelense sobre sua circulação em Jerusalém Oriental para comemoração. Por conta dessa repressão, os palestinos lançaram foguetes contra Israel, que responderam com o fechamento da área de pesca na Faixa de Gaza.
As eleições palestinas, marcadas para junho desse ano, e que não aconteciam desde 2006, também foram canceladas, sob o pretexto da recusa de Tel Aviv em permitir que os habitantes de Jerusalém votassem, gerando frustração na população.
Em seguida, veio a possível ordem de despejo de 28 famílias palestinas de suas casas para darem lugar a colonos judeus, e a faísca final, foi a invasão da polícia israelense com balas de borracha e granadas de choque na mesquita de Al-Aqsa no último domingo, mesquita essa que é considerada o terceiro lugar mais sagrado para religião mulçumana no mundo.
A invasão da mesquita foi o estopim para reposta mais agressiva dos palestinos contra as forças israelenses, e até agora, mesmo com intensa solicitação internacional para que os conflitos cessem, não há previsão de seu fim.