O Iraque disse na terça-feira que fecharia suas fronteiras terrestres e proibiria o trânsito de veículos perto dos locais de votação durante as eleições de 30 de janeiro a fim de evitar ataques de insurgentes.
A declaração foi divulgada no dia em que grupos rebeldes realizaram um atentado suicida contra a sede de um partido xiita.
Em outra ação radical nesta terça-feira, insurgentes divulgaram um vídeo com oito reféns que seriam chineses e ameaçaram matá-los em 48 horas caso o governo da China não explicasse o que eles estavam fazendo no Iraque.
Um arcebispo católico, além disso, foi libertado por sequestradores que o haviam capturado um dia anotes.
A comissão eleitoral do Iraque disse que, de 29 a 31 de janeiro, os postos de fronteira seriam fechados e que restrições rígidas seriam impostas ao trânsito de veículos. As medidas, sem precedentes no país, visam evitar um banho de sangue no dia do pleito.
Horas antes do anúncio, um carro-bomba dirigido por um insurgente suicida atingiu um escritório de Bagdá (capital) usado por um grande partido xiita.
A polícia disse que uma pessoa morreu e que outras sete ficaram feridas no atentado contra o Conselho Supremo para a Revolução Islâmica no Iraque (Sciri, na sigla em inglês).
Os líderes do Sciri encabeçam uma lista composta majoritariamente por candidatos xiitas e que é apontada como favorita para vencer o pleito.
Segundo autoridades iraquianas, um candidato da lista do partido do primeiro-ministro do país, Iyad Allawi, um xiita secular, foi morto na cidade de Basra (sul), na terça-feira.
As eleições dividiram o Iraque. Os xiitas, que são 60 por cento da população e que viveram oprimidos durante os anos de ditadura de Saddam Hussein, querem realizar o pleito para consolidar seu domínio sobre o país.
Os sunitas, favorecidos durante o regime de Saddam, argumentam que a eleição deveria ser adiada em virtude dos constantes ataques verificados no país.
A insurgência que acontece principalmente na área sunita do Iraque deve afastar os eleitores sunitas das urnas. Vários partidos sunitas já prometeram boicotar o pleito.
Iraque adotará medidas inéditas para proteger eleição
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Terça, 18 de Janeiro de 2005 às 12:22, por: CdB