O acordo, que Washington abandonou em 2018, impôs restrições às atividades nucleares do Irã que estenderam o tempo que Teerã precisaria para produzir material físsil suficiente para uma bomba nuclear, se assim o desejasse.
Por Redação, com Reuters - de Teerã
O Irã testou com sucesso um míssil balístico com alcance potencial de 2 mil km nesta quinta-feira, informou a mídia estatal iraniana, dois dias depois que o chefe das Forças Armadas de Israel levantou a perspectiva de "ação" contra Teerã por causa de seu programa nuclear.
O Irã, que tem um dos maiores programas de mísseis do Oriente Médio, diz que suas armas são capazes de atingir as bases dos arqui-inimigos Israel e Estados Unidos na região.
Apesar da oposição dos EUA e da Europa, a República Islâmica disse que desenvolverá ainda mais seu programa "defensivo" de mísseis.
– Nossa mensagem para os inimigos do Irã é que defenderemos o país e suas conquistas. Nossa mensagem para nossos amigos é que queremos ajudar a estabilidade regional – afirmou o ministro da Defesa iraniano, Mohammadreza Ashtiani.
A TV estatal transmitiu alguns segundos do que disse ser o lançamento de uma versão atualizada do míssil balístico iraniano Khoramshahr 4 com alcance de 2 mil km e capaz de carregar uma ogiva de 1,5 mil kg.
A agência de notícias estatal Irna informou que o míssil de combustível líquido foi batizado de "Kheibar", uma referência a um castelo judeu invadido por guerreiros muçulmanos.
– As excelentes características do míssil Kheibar construído domesticamente incluem preparação rápida e tempo de lançamento, o que o torna uma arma tática além de estratégica – afirmou.
República Islâmica
Israel, que a República Islâmica não reconhece, vê o Irã como uma ameaça existencial. O Irã diz que seus mísseis balísticos são uma importante força de dissuasão e retaliação contra Estados Unidos, Israel e outros potenciais adversários regionais.
Um porta-voz militar israelense disse que os militares não comentam tais assuntos.
Na terça-feira, o principal general israelense discutiu uma possível ação militar contra o Irã, já que os esforços de seis potências mundiais para retomar o acordo nuclear de Teerã de 2015 pararam desde setembro passado, em meio a crescentes temores ocidentais sobre os avanços nucleares acelerados de Teerã.
O acordo, que Washington abandonou em 2018, impôs restrições às atividades nucleares do Irã que estenderam o tempo que Teerã precisaria para produzir material físsil suficiente para uma bomba nuclear, se assim o desejasse. O Irã nega buscar armas nucleares.