Irã rejeita conversas com EUA após oferta de Trump
Trump exortou a liderança iraniana a conversar com ele sobre a suspensão do programa nuclear de Teerã e disse que não pode descartar um confronto militar devido às altas tensões entre os dois países.
Trump exortou a liderança iraniana a conversar com ele sobre a suspensão do programa nuclear de Teerã e disse que não pode descartar um confronto militar devido às altas tensões entre os dois países.
Por Redação, com Reuters - de Dubai
A Guarda Revolucionária do Irã disse nesta sexta-feira que Teerã não negociará com os Estados Unidos e negou que qualquer ataque norte-americano seja provável, um dia depois de o presidente Donald Trump pedir conversas e dizer que não pode descartar um confronto militar.
O Irã ameaçou fazer mais se os signatários não o blindarem das sanções dos EUA
Na quinta-feira, Trump exortou a liderança iraniana a conversar com ele sobre a suspensão do programa nuclear de Teerã e disse que não pode descartar um confronto militar devido às altas tensões entre os dois países.
Bombardeiros B-52 norte-americanos enviados ao Oriente Médio devido ao que Washington descreve como ameaças do Irã já chegaram a uma base dos EUA no Catar, disse o Comando Central dos EUA (Centcom).
– Não haverá conversas com os norte-americanos, e os norte-americanos não ousarão uma ação militar contra nós – disse Yadollah Javani, vice-chefe de assuntos políticos da Guarda, segundo a agência Tasnim. “Nossa nação... vê a América como indigna de confiança”.
Milhares de iranianos participaram de marchas patrocinadas pelo Estado nesta sexta-feira para expressar apoio à decisão do governo, adotada na quarta-feira, de reduzir os limites impostos por um acordo de 2015 com potências mundiais ao seu programa nuclear.
O Irã ameaçou fazer mais se os signatários não o blindarem das sanções dos EUA.
A televisão estatal mostrou milhares marchando após as orações desta sexta-feira em Teerã, e disse que passeatas semelhantes ocorreram em todo o país.
– A América precisa saber, as sanções não surtem efeito! – bradavam os manifestantes, muitos dos quais carregavam cartazes dizendo “Abaixo os EUA”.
Trump, que no ano passado retirou Washington do acordo nuclear com o Irã e retomou sanções contra o regime, já expressou, em vão, a disposição de se encontrar com líderes iranianos, e renovou esse apelo ao conversar com repórteres na quinta-feira.
Indagado sobre os comentários de Trump, o embaixador do Irã na Organização das Nações Unidas (ONU), Majid Takht Ravanchi, respondeu que seu país tem conversado com as seis potências, EUA incluídos, segundo os termos do acordo nuclear.
– De repente ele decidiu deixar a mesa de negociação... qual é a garantia de que não voltará atrás de novo? – indagou Takht Ravanchi em uma entrevista a uma televisão dos EUA.
Ele refutou as alegações de uma ameaça iraniana, que disse serem “inteligência falsa”, e disse que estão “sendo produzidas pelas mesmas pessoas que na véspera da invasão dos EUA ao Iraque fizeram o mesmo”.