Investimentos em rodovias foram abandonados, diz diretor do Dnit

Os investimentos na malha rodoviária do Brasil foram abandonados nos últimos anos, afirmou o diretor do Departamento Nacional de Infra-Estrutura (Dnit), Ideraldo Luiz Caron, em entrevista ao Programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AM. Segundo o diretor, as prioridades dos anos anteriores foram outras, principalmente no que se refere à recuperação de rodovias.

- Acho que nós tivemos um período, da década de 80 e 90, em que os investimentos governamentais foram muito baixos, muito insignificantes frente às necessidades que o país tinha e que continua tendo - disse ele.Caron ressaltou que, para conservar ou até mesmo restaurar uma rodovia, é necessário que haja um programa de controle de peso e esse serviço também esteve abandonado nos anos anteriores.

- Nós tivemos no Brasil, por mais de 20 anos, um abandono completo de todo o sistema de pesagem de veículos e isso levou a uma degradação muito acentuada dos pavimentos. Apenas para se ter uma idéia, de cada dez toneladas de excesso de peso que ocorre numa rodovia, reduz em 30% a vida útil do pavimento é reduzida em 30% - Assim, diz Caron, uma estrada que foi calculada para durar dez anos e que recebe uma carga com excesso de dez toneladas terá uma redução para sete anos.

Ele disse que, depois de discutir a situação com o governo este ano, foi definido um cronograma de investimentos para a área de transportes. O objetivo é recuperar pelo menos 70% da malha rodoviária até o final de 2006. Com isso, as rodovias poderão ter condições de transportar a produção e ainda dar segurança ao usuário que utiliza a estrada para seu percurso.

A malha estrutural que requer mais atenção, segundo o diretor, é a que responde pelo maior movimento de transporte de produção, que são as BRs-101, 116 e 153 que liga Belém a Brasília. A BR-163 também é importante em termos de escoamento de produção, principalmente no Centro-Oeste. De acordo com Caron, essas rodovias são prioritárias e estão recebendo os principais investimentos em termos de recuperação e ampliação da capacidade, dependendo do caso.