Rio de Janeiro, 21 de Abril de 2025

Instituições repudiam apologia ao estupro feita por alunos de Medicina em SP

Organizações e alunos da Faculdade Santa Marcelina se manifestam contra apologia ao estupro feita por estudantes durante torneio universitário. Investigação e punições são exigidas.

Quinta, 20 de Março de 2025 às 15:17, por: CdB

A Faculdade Santa Marcelina abriu um procedimento interno e disse que os alunos responsáveis pelos atos serão penalizados.

Por Redação, com CartaCapital – de São Paulo

Organizações da sociedade civil repudiaram a conduta de alunos de Medicina da Universidade Santa Marcelina, em São Paulo, que exibiram uma faixa com apologia ao estupro durante um torneio universitário.

Instituições repudiam apologia ao estupro feita por alunos de Medicina em SP | Organizações da sociedade civil repudiaram a conduta de alunos de Medicina da Universidade Santa Marcelina
Organizações da sociedade civil repudiaram a conduta de alunos de Medicina da Universidade Santa Marcelina

O caso aconteceu no último sábado, em um evento esportivo voltado aos calouros. Na ocasião, um grupo de ao menos 24 estudantes  foi fotografado levantando um cartaz com a frase “entra porra, escorre sangue”.

O trecho faz parte de um antigo “hino” da atlética da faculdade, banido em 2017, que contém outras referências de cunho sexual e machista.

Na carta de repúdio, endereçada à reitoria da universidade, as instituições cobram investigação e campanhas de conscientização permanentes sobre direitos humanos e combate à violência de gênero.

As organizações destacam ser criminoso qualquer ato que justifique a violência sexual e enfatizam que a conduta contribui diretamente para manter um ambiente social hostil, violento e discriminatório, especialmente com mulheres, crianças, jovens e demais grupos vulneráveis.

“Precisamos ampliar a capacidade da sociedade de combater o estupro”, diz o texto. “Ressaltamos aqui que é inadmissível a permanência de pessoas que fazem apologia ao estupro dentro de um sistema de ensino e rechaçamos profundamente a postura conivente da universidade que permitiu que seu ambiente institucional tenha se tornado palco para tais manifestações criminosas.”

Assinam a carta as organizações Instituto Lamparina, Instituto AzMina, Nem Presa Nem Morta, Instituto Patrícia Galvão, Cepia- Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação, CRIAR Brasil, Associação Gênero e Número, Anis – Instituto de Bioética e Grupo Curumim.

Manifestações de repúdio

O episódio também gerou manifestações de repúdio na própria universidade. Na segunda-feira, houve um protesto do Coletivo Francisca, um grupo feminista formado por alunas e ex-alunas de Medicina da Faculdade Santa Marcelina, que encaminhou uma denúncia formal à direção do curso.

“Roga-se pela investigação dos atos ocorridos, e por uma resposta institucional comprometida com a criação de um ambiente seguro para todas as alunas e alunos, pautadas pelo respeito coletivo e o decoro exigido pela profissão médica”, diz um trecho do documento encaminhado pelo coletivo.

A Faculdade Santa Marcelina afirmou em nota ser “veementemente” contra a postura dos estudantes envolvidos, informou ter aberto um procedimento interno para apuração dos fatos e acrescentou que os alunos responsáveis serão penalizados conforme a gravidade da infração. Entre as punições estão advertências verbais e escritas, suspensão e expulsão.

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