Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Infectologistas mandam Bolsonaro parar com esse apoio à cloroquina

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Sábado, 18 de Julho de 2020 às 10:53, por: CdB

Citando estudos recém-publicados em revistas científicas, a organização médica alertou que o fármaco não deve ser recomendado ou utilizado em nenhuma fase da infeção, nem para sua prevenção. No comunicado divulgado neste sábado, a instituição aconselha o Ministério da Saúde, municípios e Estados a avaliarem as indicações de uso das drogas.

Por Redação, com DW - de São Paulo
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) anunciou, neste sábado, ser expressamente contrária ao uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19. Segundo os médicos, é "urgente e necessário" que esses medicamentos antimalária sejam inteiramente abandonados no tratamento da síndrome.
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Bolsonaro insiste em recomendar o uso da cloroquina, substância sem qualquer efeito confirmado contra a covid-19
Citando estudos recém-publicados em revistas científicas, a organização médica alertou que o fármaco não deve ser recomendado ou utilizado em nenhuma fase da infeção, nem para sua prevenção. No comunicado divulgado neste sábado, a instituição aconselha o Ministério da Saúde, municípios e Estados a avaliarem as indicações de uso das drogas, evitando gastar "dinheiro público em tratamentos que são comprovadamente ineficazes”.

Respeito

Questionado sobre essa posição, em coletiva de imprensa o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Hélio Angotti Neto, rebateu que o governo brasileiro recebeu várias manifestações e estudos por organizações e especialistas, favoráveis e contrários ao uso da cloroquina, e que leva em consideração todas as informações enviadas. Angotti Neto criticou o que chamou de "politização" do debate em torno da cloroquina no tratamento da covid-19: "Há uma série de inconsistências nestas críticas e lamentamos muito esta polarização. A polarização tem gerado desconforto entre pacientes e médicos. Eu novamente peço, vamos respeitar a competência dos nossos profissionais de saúde, vamos respeitar o direito deles de prescrever e o direto do paciente de procurar aquele tratamento que entende ser correto."

Polêmica

Segundo o site de notícias G1, em 29 de junho o Ministério da Saúde enviou um ofício à Fiocruz e a outras instituições federais, pedindo ampla divulgação do tratamento da covid-19, com o uso da cloroquina nos primeiros dias dos sintomas. A orientação foi enviada quando estudos já haviam concluído que a cloroquina não é eficaz no combate à doença. Os pesquisadores ficaram surpresos ao receber a orientação do ministério. No documento, o órgão pede "ampla divulgação do tratamento, considerando que ele integra a estratégia do Ministério da Saúde para reduzir o número de casos que cheguem a necessitar de internação hospitalar". Assim, seria essencial "considerar a prescrição de cloroquina ou hidroxicloroquina, mediante livre consentimento esclarecido do paciente com covid-19, para tratamento nos primeiros dias dos sintomas, no âmbito do SUS". O ofício é assinado pelo coronel do Exército Luiz Otavio Franco Duarte, secretário de Atenção Especializada à Saúde, que não é médico, segundo a agência alemã de notícias Deutsche Welle (DW).

Óbitos

Dentro de seu programa de avaliação do efeito de cinco grupos de medicamentos contra o vírus Sars-cov-2, no início de julho a Organização Mundial da Saúde (OMS) interrompeu os testes com cloroquina / hidroxicloroquina, depois de estudos não indicarem qualquer benefício para os portadores da doença. Segundo números do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgados nesta sexta-feira, foram notificadas mais 1.163 mortes por covid-19 no Brasil em 24 horas. Com isso, o total oficial de óbitos pela doença chega a 77.851. O país também registrou mais 34.177 casos, elevando o total para 2.046.328. Na quinta-feira, ele ultrapassara a marca de 2 milhões de casos, menos de um mês depois de registrar oficialmente o primeiro milhão.
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