Ainda segundo Kahneman, “será possível desenvolver uma inteligência artificial que poderá avaliar propostas de negócios pelo menos tão bem ou possivelmente melhor do que um CEO. Haverá muitas decisões tomadas por inteligência artificial. Ainda não aconteceu, mas acho que esse momento está chegando".
Por Redação, com Bloomberg - de São Paulo
Para o prêmio Nobel de Economia Daniel Kahneman, CEOs e executivos do alto escalão, em um futuro próximo, terão que conviver com uma realidade em que decisões estratégicas de negócios dentro de corporações serão tomadas também pela Inteligência Artificial (I.A.). Kahneman é considerado um dos pais da chamada economia comportamental.
— Não vai demorar muito até que a inteligência artificial seja melhor do que as pessoas porque ela aprende mais rápido (...) Portanto, podemos esperar que haverá cada vez mais áreas em que a inteligência artificial se tornará cada vez mais importante — disse Kahneman nesta segunda-feira, em entrevista exclusiva à agência norte-americana de notícias Bloomberg Línea, por videoconferência a partir dos EUA.
Ainda segundo Kahneman, “será possível desenvolver uma inteligência artificial que poderá avaliar propostas de negócios pelo menos tão bem ou possivelmente melhor do que um CEO. Haverá muitas decisões tomadas por inteligência artificial. Ainda não aconteceu, mas acho que esse momento está chegando".
Processos
Professor emérito de Psicologia e Relações Públicas da Universidade Princeton, que ainda previu que haverá muita resistência da parte de líderes empresariais a quem cabe hoje as principais decisões, Kahneman, de 88 anos, virá ao Brasil no fim do mês para participar como principal palestrante do Data Driven Business, no próximo dia 30.
O programa de ‘data analytics’ é promovido pela Neoway em parceria com a B3, a Bolsa de Valores de São Paulo e terá como temática justamente o uso de inteligência na análise de dados para o processo de tomada de decisão nas empresas. Apesar do aumento do conhecimento sobre o tema e do avanço da tecnologia ao longo dos anos, empresas ainda não dispõem, de modo geral, de processos de tomada de decisão desenhados para esse fim, a partir de uma série de processos, disse o Nobel de Economia.
— Gostamos de pessoas que tomam decisões rapidamente. Gostamos de pessoas que são muito decididas e que decidem por instinto, e isso é bastante popular entre líderes políticos, certamente, mas também entre líderes empresariais — afirmou Kahneman, que, embora psicólogo, ganhou o Nobel de Economia em 2002 “por ter integrado insights da pesquisa da psicologia à ciência econômica, especialmente no que diz respeito ao julgamento humano e à tomada de decisão sob incerteza”, segundo definição da Academia Sueca.