As supernovas ocorrem quando estrelas massivas chegam ao fim de seus ciclos e explodem, liberando tanta energia que podem até ofuscar temporariamente galáxias inteiras. Para encontrá-las, os astrônomos trabalham com telescópios robóticos.
Por Redação, com Canaltech - de Washington
Um processo totalmente automatizado com uma ferramenta de inteligência artificial conseguiu, pela primeira vez, detectar, identificar e classificar uma supernova. O método foi desenvolvido por uma equipe internacional de cientistas liderados pela Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, e pode automatizar completamente a procura por supernovas.
As supernovas ocorrem quando estrelas massivas chegam ao fim de seus ciclos e explodem, liberando tanta energia que podem até ofuscar temporariamente galáxias inteiras. Para encontrá-las, os astrônomos trabalham com telescópios robóticos, que capturam várias imagens das mesmas áreas do céu noturno em busca de fontes luminosas que não estavam ali antes.
Depois, quando encontram algo novo, os cientistas entram em cena para verificar as explosões candidatas e executar observações espectroscópicas. É aqui que entra a ferramenta Bright Transient Survey Bot (BTSbot), criada para cortar esta etapa do trabalho humano.
Para desenvolvê-la, os autores treinaram um algoritmo de machine learning com mais de 1,4 milhões de imagens históricas de quase 16 mil fontes, entre elas, estavam supernovas confirmadas, estrelas variáveis e galáxias emitindo jatos de luz. Após esta etapa, eles precisavam testar o BTSbot, e usaram a supernova candidata SN2023tyk.
O observatório robótico ZTF a detectou no início de outubro. Ao analisar os dados do observatório, o BTSbot encontrou a explosão apenas dois dias depois de sua detecção inicial, e solicitou o possível espectro dela para o Observatório Palomar. Ali, há um telescópio robótico, o qual executou observações para coletar o espectro.
Explosão termonuclear
Em seguida, o telescópio enviou o espectro para o algoritmo SNIascore, que sugeriu se tratar de uma explosão termonuclear de uma anã branca (tipo Ia) ou do colapso do núcleo que pertencia a uma estrela massiva (tipo II). Finalmente, o sistema determinou que a supernova candidata era do primeiro tipo, e compartilhou a descoberta com a comunidade astronômica.
"Pela primeira vez, uma série de robôs e algoritmos de IA observaram, então identificaram e se comunicaram com outros telescópios para confirmar a descoberta de uma supernova", comemorou Adam Miller, autor que liderou o trabalho. "Isso representa um passo importante à frente, conforme novos refinamentos de modelos vão permitir que os robôs isolem tipos específicos de explosões estelares", finalizou.