Rio de Janeiro, 10 de Dezembro de 2025

James Webb identifica a supernova mais antiga já registrada

O telescópio James Webb identifica a supernova mais antiga, ocorrida quando o Universo tinha apenas 730 milhões de anos. Descubra mais sobre este evento raro.

Quarta, 10 de Dezembro de 2025 às 13:49, por: CdB

O evento foi sinalizado por um lampejo de luz superluminosa (raio gama) de 10 segundos detectado em 14 de março passado.

Por Redação, com ANSA – de Washington

O telescópio espacial James Webb identificou a supernova mais antiga e distante já vista, gerada pelo colapso de uma estrela massiva em fim de vida quando o Universo tinha apenas 730 milhões de anos.

James Webb identifica a supernova mais antiga já registrada | Representação de uma supernova, explosão que marca o fim da vida de estrelas massivas
Representação de uma supernova, explosão que marca o fim da vida de estrelas massivas

O evento foi sinalizado por um lampejo de luz superluminosa (raio gama) de 10 segundos detectado em 14 de março passado. O estudo do fenômeno, que também envolveu diversos telescópios em uma espécie de “revezamento mundial”, rendeu dois artigos publicados na revista Astronomy and Astrophysics Letters.

– Apenas o Webb poderia demonstrar diretamente que essa luz provém de uma supernova, uma estrela massiva em fase de colapso – afirma Andrew Levan, autor principal de um dos dois estudos e professor das universidades Radboud, na Holanda, e de Warwick, no Reino Unido.

– Essa observação também demonstra que podemos usar o Webb para encontrar estrelas individuais quando o Universo tinha apenas 5% de sua idade atual [estimada em 13,8 bilhões de anos] – acrescenta.

Primeiro alerta

O primeiro alerta sobre o raio gama de uma fonte muito distante foi dado pelo Svom (acrônimo em inglês para “Monitor espacial de objetos variáveis ;;astronômicos em múltiplas bandas”), satélite franco-chinês lançado em 2024 e projetado para detectar eventos fugazes.

Em cerca de 1h30, o telescópio espacial Neil Gehrels Swift, da Nasa, localizou a posição da fonte no céu, permitindo determinar sua distância para o Webb.

Aproximadamente 11 horas depois, o Telescópio Óptico Nórdico, nas Ilhas Canárias, revelou um brilho residual de um raio gama na luz infravermelha, uma indicação de que o fenômeno poderia estar associado a um objeto muito distante.

Quatro horas mais tarde, o Very Large Telescope, do Observatório Europeu do Sul, no Chile, estimou que o evento ocorreu 730 milhões de anos após o Big Bang. “Há apenas um punhado de raios gama nos últimos 50 anos que foram detectados nos primeiros bilhões de anos do Universo: este evento em particular é muito raro e emocionante”, diz Levan.

Por fim, o James Webb usou sua câmera de infravermelho próximo para observar a supernova, batizada como GRB 250314A. O fenômeno foi então comparado com explosões estelares mais próximas e recentes e revelou-se surpreendentemente similar a elas, mesmo ocorrendo em um Universo ainda em seu estágio inicial.

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