Depois de verão em que a bilheteria dos cinemas nos EUA diminuiu 12%, Hollywood quer se recuperar com produções que já estão de olho no Oscar. Os estúdio norte-americanos ainda lamentam o chamado "verão negro" de 2005, no qual apenas três fins-de-semana superaram a receita do ano passado.
O período que, para efeitos de bilheteria, começa nos Estados Unidos com o longo fim de semana do "Memorial Day" (30 de maio) está a ponto de concluir com a celebração do "Labor Day" (5 de setembro).
Em um total de 14 semanas, ao lado de sucessos como <i>Star wars</i>, <i>A guerra dos mundos</i> e "Batman Begins</i>, houve fiascos como <i>Cruzada</i>, <i>Ameaça invisível</i> e <i>A ilha</i>.
O desastroso verão americano não parou os estúdios, que agora querem virar a página e olhar para o futuro com estréias. Uma das apostas é "Walk the Line", a biografia de Johnny Cash protagonizada por Joaquin Phoenix e Reese Witherspoon.
A lógica é simples: se no ano passado a biografia de um músico como Ray Charles, que estreou nesta mesma época, valeu o Oscar a Jamie Foxx como melhor ator, por que não repetir a experiência?
O público determinará se prefere a música de Charles ou de Cash, ou pelo menos seu filme. No caso de <i>Flightplan</i>, a aposta é certa com o retorno de uma atriz que desde jovem teve a preferência dos espectadores: Jodie Foster.
Com uma trama que lembra o último filme de Foster, <i>O quarto do pânico</i>, a atriz e diretora volta às telas após quase três anos de afastamento envolvida em uma história de intriga, que se passa em um avião a 12 mil metros de altitute.
Outra promessa para o outono é Gwyneth Paltrow, novamente junto com o diretor John Madden, que a levou a ganhar o Oscar por <i>Shakespeare apaixonado</i>, na adaptação para o cinema da obra de teatro <i>Proof</i>.
O filme reúne Anthony Hopkins, Hope Davis e Jake Gyllenhaal e trata com emoção e calor humano o mundo da matemática e da loucura, os mesmos temas centrais que levaram <i>Uma mente brilhante</i> a ganhar quatro Oscar em 2002.
Outro ganhador do Oscar que está de volta é o diretor Roman Polanski, de <i>O pianista</i>, que agora retorna com sua versão do clássico de Charles Dickens <i>Oliver twist</i>.
O cineasta tem uma resposta simplesa todos os que perguntam por que filmar de novo uma obra que tem versões não só para cinema, mas em animação, televisão e na Broadway.
O roteirista de <i>Oliver twist</i>, Ron Harwood, confessou à imprensa que Polanski, 72, queria fazer algo para as crianças.
A idéia deve estar na mente de todos os estúdios, porque outras das duas estréias mais esperadas do outono, também com pretensões ao Oscar, são dirigidas para crianças.
Trata-se de <i>Corpse bride</i> e <i>Wallace & Gromit: The curse of the were-rabbit</i>. O primeiro é dirigido por Tim Burton com um tom que lembra sua produção animada anterior <i>O estranho mundo de Jack</i>.
O segundo é o primeiro longa-metragem de dois dos personagens de animação já premiados com o Oscar, Wallace e seu cachorro Gromit, que agora querem a estatueta por algo mais que um curta-metragem onde conseguiram suas duas estatuetas.
Hollywood quer se recuperar da queda nas bilheterias
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Terça, 30 de Agosto de 2005 às 11:03, por: CdB