Hispânicos se revoltam contra Schwarzenegger

Grupos defensores dos direitos dos hispânicos em Estados Unidos realizaram ontem um dia de protesto econômico para expressar seu descontentamento com a anulação por parte do governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, de uma medida que permitia que os trabalhadores não documentados obtivessem licenças para conduzir. Entre as estratégias de protesto, incluem-se interrupções no trabalho e ausências nas escolas.

O presidente da Associação Política México-Americana, Nativo López, disse que se trata de um esforço para "enviar uma mensagem muito clara ao governador Schwarzenegger e aos líderes empresariais, cívicos e políticos. Se nossa gente não receber as licenças de conduzir no início do próximo ano... continuaremos com os chamando a boicotes econômicos, dias inteiros de boicotes, interrupções de trabalho e greves escolares".

A polêmica se justifica pelo fato de não existir carteira de identidade para os estadunidenses. Lá, as pessoas utilizam o passaporte ou a própria carteira de motorista para identificar-se.

"Seguiremos tocando a economia da Califórnia, porque os mexicanos e os latinos são 45% da força trabalhista", acrescentou. López admitiu que não será fácil medir o impacto do protesto. "Este é o princípio de um movimento que vai durar muito tempo", disse.

Outros grupos latinos, incluída a Coalizão para os Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Ángeles, opõem-se à idéia de tirar as crianças da escola durante um dia.

Schwarzenegger revogou um projeto de lei, conhecido como SB60, que permitia aos trabalhadores não documentados obter licença para conduzir da Califórnia. A iniciativa foi firmada por seu predecessor Gray Davis em meio à campanha eleitoral.

Schwarzenegger fez campanha contra a SB60 argumentando que a iniciativa atraía os votantes, um tema que agora poderia reconsiderar. "O governador analisará o assunto quando começar o período de sessões legislativas em janeiro", declarou um assessor de Schwarzenegger.