A Polícia Militar realizou uma operação emergencial na região, que terminou com dois suspeitos mortos e três presos.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
Uma idosa feita refém morreu após ser baleada durante uma guerra entre facções rivais na madrugada desta segunda-feira, no Complexo da Pedreira, em Costa Barros, Zona Norte do Rio. A Polícia Militar realizou uma operação emergencial na região, que terminou com dois suspeitos mortos e três presos — dois deles baleados.

Segundo a corporação, traficantes do Comando Vermelho (CV), vindos do Chapadão, tentaram avançar sobre áreas dominadas pelo Terceiro Comando Puro (TCP), desencadeando o tiroteio.
Durante o confronto, criminosos do CV invadiram uma casa na Quitanda para se esconder. Rivais atiraram diversas vezes contra a residência, e Marli Macedo dos Santos, de 60 anos, que estava no local com o irmão, acabou atingida. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu.
– Alguns elementos ficaram perdidos dentro da comunidade, entraram nessa casa. Os elementos de outra facção tentaram tirar eles de dentro da casa. Teve troca de tiros, granadas. Quando chegamos no local, conseguimos fazer a renegociação, retiramos a senhora baleada. O irmão dela estava bem, e o elemento foi preso. Com ele apreenderam dois fuzis. A idosa faleceu no hospital – confirmou o Tenente-coronel Leandro Maia, do 41º BPM (Irajá), em entrevista ao programa jornalístico Bom Dia Rio, da TV Globo.
Dois suspeitos morreram em confronto e outros três acabaram presos — dois deles baleados e levados para atendimento médico. Sete fuzis foram apreendidos e seis veículos roubados recuperados.
Pânico no comércio
A investida do CV obrigou clientes e funcionários de um comércio local a se esconder na cozinha e no banheiro do estabelecimento, ainda na noite de domingo, para escapar das balas. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o momento de pânico.
Ninguém ficou ferido.
UPA de Costa Barros é reaberta
O confronto aconteceu horas antes da reabertura da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Costa Barros. Funcionários que chegavam para trabalharam precisaram buscar proteção em uma das salas da unidade.
O local estava fechado desde 30 de setembro, quando foi invadido por criminosos armados. Na ocasião, dois pacientes foram agredidos e levados por traficantes.
As vítimas foram levadas e liberadas pouco tempo depois. Um funcionário relatou que a invasão provocou pânico entre os profissionais de saúde.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, negou a possibilidade de fechamento definitivo, mas reconheceu que parte da equipe teme retornar à unidade.
Violência impacta a saúde pública
Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Saúde, 741 unidades de atendimento foram fechadas entre janeiro e setembro por causa de tiroteios e confrontos armados — uma média de uma unidade paralisada a cada nove horas.
Mais de 200 profissionais solicitaram afastamento neste período, especialmente em áreas dominadas por facções rivais, como Chapadão e Pedreira.