Pela proposta, a correção seria calculada a partir da “expectativa de inflação”, ou seja, pela meta inflacionária estabelecida pelo próprio ministério. O que significa corrigir os benefícios abaixo das perdas inflacionárias, já que a meta dificilmente é alcançada.
Por Redação - de Brasília
Caso permaneça no cargo e mantenha o corte previsto nos benefícios sociais, o ministro Paulo Guedes (Economia), com apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), terá imposto uma perda irreversível à qualidade de vida dos brasileiros mais antigos. Na opinião do presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), João Inocentini, o plano de Guedes, de desvincular o salário mínimo da inflação a partir do próximo ano, aponta para um cenário desolador para os aposentados.
Em decorrência da medida prevista, a aposentadoria também deixaria de ser automaticamente reajustada.
— Se isso acontecer vai ser o fim da aposentadoria, vai chegar o tempo de não podermos comprar nem metade da cesta básica. Eles estão tentando fazer isso há tempos e nós estamos conseguindo segurar. Mas em um novo governo (de Jair Bolsonaro) certamente vão querer botar em prática — disse o dirigente, neste sábado.
Achatamento
O plano de Guedes foi revelado em apuração do diário conservador paulistano Folha de S.Paulo, que teve acesso à proposta. A reportagem do Correio do Brasil confirmou a existência do estudo, em curso no ministério.
Pela proposta, a correção seria calculada a partir da “expectativa de inflação”, ou seja, pela meta inflacionária estabelecida pelo próprio ministério. O que significa corrigir os benefícios abaixo das perdas inflacionárias, já que a meta dificilmente é alcançada.
— Isso vai levar todas as aposentadorias para um achatamento enorme, pois seriam mais de 40 milhões de aposentados caindo na zona de miséria, de pobreza total — resumiu Inocentini à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA). O sindicalista disse também acreditar que o atual governo sempre quis fazer essa mudança.