A indústria fonográfica internacional volta a ficar de cabelos em pé. Depois da ameaça - agora distante - do Napster, há uma nova desculpa para que as grandes gravadoras reclamem de queda de faturamento. Foi lançado o Xingtone, um programa capaz de converter qualquer tipo de arquivo de música em ringtones para celulares. O temor é que os usuários comecem a converter músicas baixadas ilegalmente, gerando uma nova onda de pirataria em um mercado que promete movimentar mais dinheiro do que nunca.
Não é de se estranhar a preocupação. Foi só as gravadoras começarem a vender ringtones como forma de compensar as constantes quedas de vendas de CD¿s que têm enfrentado para aparecer um programa com o Xingtone. O mercado global de vendas de direitos de músicas para serem convertidas em bits gira em torno de US$3 bilhões (R$ 9,5 bilhões), de acordo com o site Mercury News. Na Europa e Japão, por exemplo, esse mercado se desenvolveu rapidamente. É esperada uma movimentação de US$ 140 milhões (R$ 443,5 milhões) só para esse ano, segundo a consultoria Yankee Group.
Ted Cohen, vice-presidente sênior de desenvolvimento e distribuição digital da EMI Music se diz consternado com essa situação. "Isso é um problema muito sério, pois esse programa tem o poder de destruir um modelo de negócios que nem se desenvolveu totalmente".
Nem todas as gravadoras compartilham dessa opinião. Um dos selos da Walt Disney, a Hollywood Records até estabeleceu uma parceria promocional com o Xingtone para promover alguns de seus artistas como The Polyphonic Spree, Josh Kelley e Hilary Duff. Já a Artemis Records distribui uma cópia do software para cada compra do novo álbum da banda Sugarcult, com o intuito de tornar mais fácil para os fãs converterem suas músicas favoritas em ringtones.
"Cada um dos telefones dos fãs do Sugarcult funcionará como uma mini-estação de rádio que apresentará as novas músicas da banda para quem estiver passando perto", comemora Danny Goldberg, executivo-chefe e presidente da Artemis.