A Grã-Bretanha pediu aos EUA que participem dos esforços de combate ao aquecimento global mesmo tendo em vista que o presidente norte-americano, George W. Bush, rejeitou o ingresso do país no Protocolo de Kyoto.
O ministro britânico das Relações Exteriores, Jack Straw, repetiu que seu país considerava as alterações no clima da Terra, atribuídas a emissões resultantes da queima de petróleo, gás e carvão, "a questão de longo prazo mais importante com que nos deparamos enquanto comunidade global".
"Sei que a Europa e os EUA não adotaram posturas semelhantes para responder a esse desafio", afirmou o chanceler em um discurso proferido na Universidade Howard, em Washington.
"Mas, como amigo dos EUA, espero que me permitam argumentar sobre a necessidade urgente de uma ação internacional. É extremamente importante que tratemos do desafio das mudanças climáticas agora, de forma conjunta", acrescentou.
A Grã-Bretanha e outros países da União Européia (UE) estão entre os maiores defensores do Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 e que prevê cortes na emissão de gases que causam o efeito estufa, como o dióxido de carbono. Esses gases são apontados como os principais responsáveis pelo aquecimento da Terra.
Bush rechaçou Kyoto em 2001, argumentando que sua implementação era cara demais e que excluía os países em desenvolvimento. O Protocolo agora só entrará em vigor se a Rússia, que diz ter dúvidas sobre ele, o assinar.
Straw notou que os 10 anos mais quentes já registrados aconteceram todos a partir dos anos 1990. Nos EUA, segundo o chanceler, o recente aumento no número de incêndios, tempestades e casos de seca mostrava o efeito do aquecimento do globo.
O candidato democrata à Presidência norte-americana, John Kerry, discorda da postura de Bush na questão e defendeu um "reengajamento (dos EUA) na elaboração de uma estratégia internacional de combate às mudanças climáticas".