Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Governo ‘socialista’ de Evo Morales colabora com fascistas italianos e entrega Battisti

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Domingo, 13 de Janeiro de 2019 às 12:40, por: CdB

Até o momento, a Bolívia, presidida Evo Morales, que se diz socialista, não se pronunciou sobre a questão, embora tenha indicado, por meio das autoridades judiciais, que procederia com a expulsão imediata do escritor italiano Cesare Battisti.

 
Por Redação, com agências internacionais - de La Paz
  Ministro da Justiça da Itália, Alfonso Bonafede afirmou, neste domingo, que as autoridades da Bolívia colaboram "plenamente" para a extradição do escritor Cesare Battisti. O ex-ativista foi capturado em Santa Cruz de la Sierra. Segundo Bonafede, o país latino-americano já até negou pedidos de refúgio do italiano. — A Bolívia não teve nenhuma postura submissa aos pedidos de apoio de Battisti. (Ele) Não teve qualquer apoio, e encontramos plena colaboração das autoridades bolivianas. Até pedidos de refúgio feitos por Battisti não foram ouvidos — disse.
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Battisti foi filmado enquanto caminhava pelas ruas de Santa Cruz de La Siera, na Bolívia
No entanto ainda não está claro se Battisti voltaria à Itália diretamente da Bolívia ou passando pelo Brasil. — Pelo que sei, estamos frente a um procedimento de expulsão imediata da Bolívia — declarou Bonafede.

Opções

O governo Bolsonaro, por sua vez, afirma que Battisti será devolvido ao Brasil antes de ser repatriado. Até o momento, a Bolívia, presidida Evo Morales, que se diz socialista, não se pronunciou sobre a questão, embora tenha indicado, por meio das autoridades judiciais, que procederia com a expulsão imediata do escritor. O país teria três opções: expulsá-lo ao Brasil, que o extraditaria à Itália; expulsá-lo diretamente para Roma como persona non grata; ou abrir um novo processo de extradição, alternativa que levaria mais tempo.

Bravatas

Após divulgada a prisão do ex-militante comunista, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro, comemorou em seu perfil no Twitter a prisão de Cesare Battisti, capturado em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. "O Brasil não é mais terra de bandidos. Matteo Salvini, o 'pequeno presente' está chegando", escreveu Eduardo, citando o ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini, principal figura do governo italiano hoje. Para o advogado Igor Tamasauskas, que defende o italiano Cesare Battisti, no entanto, é preciso que o caso “tenha um desfecho de respeito aos direitos fundamentais” do ex-ativista.

Orientações

— A respeito da prisão do Cesare Batistti temos a informar que, como as notícias dão conta de que ele não se encontra no Brasil, seus advogados brasileiros não possuem habilitação legal para atuar em outra jurisdição que não a brasileira. Esperamos que o caso tenha um desfecho de respeito aos direitos fundamentais de nosso cliente — diz Tamasauskas. As autoridades avaliam se a extradição para a Itália será feita diretamente da Bolívia ou se Battisti será enviado para o Brasil e, assim ser encaminhado para a Europa. Há uma aeronave do governo italiano com agentes da Aise, a agência de inteligência do país, aguardando orientações, em território boliviano. Em nota conjunta, os ministérios da Justiça e Segurança Pública e o das Relações Exteriores do Brasil informam que estão tomando todas as providências necessárias, em cooperação com o Governo da Bolívia e com o Governo da Itália, para cumprir a extradição de Battisti e entregá-lo às autoridades italianas.

Condenação

Condenado à prisão perpétua na Itália, em um processo que correu à revelia do réu, Battisti foi sentenciado — sem provas — pelo assassinato de quatro pessoas, na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, um braço das Brigadas Vermelhas. Ele se diz inocente. Para as autoridades brasileiras, ele é considerado terrorista. No Brasil desde 2004, o italiano foi preso três anos depois. O governo da Itália pediu sua extradição, aceita pelo STF. Contudo, no último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que Battisti deveria ficar no Brasil, e o ato foi confirmado pela Suprema Corte. Nos últimos dias do governo Michel Temer, no entanto, o STF decidiu pela extradição. A medida já era defendida, ainda em campanha pelo atual presidente Jair Bolsonaro.
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