Israel tem se preparado para uma possível retaliação iraniana pelo assassinato de um general e de seis outros oficiais iranianos em um ataque aéreo ao complexo da embaixada iraniana em Damasco no dia 1 de abril. Israel não disse ser responsável.
Por Redação, com Reuters - de Jerusalém
Israel continua sua guerra em Gaza, mas também está se preparando para cenários em outras áreas, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nesta quinta-feira, em meio à preocupação de que o Irã esteja se preparando para atacar Israel em resposta à morte de comandantes iranianos de alto escalão.
– Quem nos prejudicar, nós iremos prejudicar. Estamos nos preparando para atender às necessidades de segurança do Estado de Israel, tanto na defesa quanto no ataque – afirmou ele, em comentários divulgados por seu gabinete após uma visita a uma base da Força Aérea no sul de Israel.
Israel tem se preparado para uma possível retaliação iraniana pelo assassinato de um general e de seis outros oficiais iranianos em um ataque aéreo ao complexo da embaixada iraniana em Damasco no dia 1 de abril. Israel não disse ser responsável, mas o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou na quarta-feira que Israel "precisa ser punido e será" pelo ataque.
Netanyahu fez os comentários enquanto tropas e aviões de guerra israelenses iniciavam uma operação no centro de Gaza durante a noite que os militares disseram ter como objetivo destruir a infraestrutura de grupos armados palestinos.
A maior parte das tropas israelenses foi retirada de Gaza, em preparação para um ataque à cidade de Rafah, no sul de Gaza, onde mais de 1 milhão de palestinos estão abrigados, mas os combates continuavam em várias áreas do enclave.
Moradores e militantes disseram que os combatentes se envolveram em tiroteios com as forças israelenses, que invadiram áreas norte e sul do campo de refugiados de Al-Nuseirat. Os bombardeios israelenses aéreos, terrestres e marítimos, que até agora destruíram vários edifícios, incluindo duas mesquitas, foram quase ininterruptos, disseram.
– Foi como se o exército de ocupação estivesse lançando uma nova guerra – afirmou Raouf Abed, de 20 anos, através de um aplicativo de bate papo, de Deir Al-Balah, a sul do campo de refugiados de Al-Nuseirat. "As explosões foram ininterruptas, os sons vieram de diferentes direções", disse ele.
– Cada vez que esperamos que haja um cessar-fogo, Israel aumenta a agressão, como se tentasse pressionar o Hamas atacando-nos, os civis – completou.
No subúrbio de Zeitoun, na Cidade de Gaza, um ataque aéreo israelense matou oito palestinos num mercado, disseram autoridades de saúde, enquanto outro matou outras duas pessoas no campo de Jabalia, no norte de Gaza.
Ataques militares israelenses
Os ataques militares israelenses mataram 63 palestinos e feriram outros 45 nas últimas 24 horas, disse o Ministério da Saúde de Gaza.
Ao menos 33.545 palestinos foram mortos desde o início da ofensiva israelense, disse o ministério, com a maior parte dos 2,3 milhões de habitantes deslocados e grande parte do enclave devastado.
A guerra começou quando o Hamas liderou um ataque ao sul de Israel, no qual 1,2 mil pessoas foram mortas e 253 feitas reféns. Cerca de 130 ainda estão detidos incomunicáveis em Gaza, diz Israel.