A declaração do chefe de governo de Tel Aviv aconteceu pouco tempo depois do início da retirada das Forças de Defesa de Israel (IDF) para a chamada “linha amarela” do enclave.
Por Redação, com ANSA – de Jerusalém
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ameaçou nesta sexta-feira retomar a guerra na Faixa de Gaza se o Hamas não respeitar os pontos do acordo de cessar-fogo mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A declaração do chefe de governo de Tel Aviv aconteceu pouco tempo depois do início da retirada das Forças de Defesa de Israel (IDF) para a chamada “linha amarela” do enclave, bem como da volta de milhares de famílias palestinas para a Cidade de Gaza.
– Estamos pressionando o Hamas de todos os lados na preparação para as próximas etapas do plano, que prevê o desarmamento completo e a desmilitarização de Gaza. Se isso for alcançado pacificamente, tanto melhor. Caso contrário, será conquistado pela força – alertou Netanyahu.
Apesar das ameaças, Israel já teria dado sinal verde às autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) para começar a entregar ajuda humanitária aos civis de Gaza a partir do próximo domingo, segundo a agência AP, citando um funcionário da entidade.
O auxílio incluirá 170 mil toneladas de mantimentos já posicionados em países vizinhos, como Jordânia e Egito, enquanto as associações humanitárias aguardam a permissão das forças israelenses para retomar suas atividades.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) pediu a abertura de todas as rotas de ajuda humanitária para Gaza e alerta que, caso contrário, a mortalidade infantil poderá aumentar.
– A situação é crítica. Corremos o risco de ver um aumento na mortalidade infantil, não apenas neonatal, mas também infantil, pois seus sistemas imunológicos estão mais comprometidos do que nunca – disse o porta-voz do Unicef, Ricardo Pires.
O Patriarca Latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, declarou ao jornal Avvenire que está “pronto” para ir a Gaza o “mais breve possível” para participar do processo de entrega de ajuda humanitária para a população civil.
Itália
O presidente da Itália, Sergio Mattarella, elogiou o auxílio prestado pelo país aos palestinos, principalmente por meio de iniciativas que encaminharam alimentos para o enclave. O líder europeu, contudo, lamentou que a ajuda tenha chegado a poucas pessoas necessitadas.
– Esta, assim como as muitas ações empreendidas por vários países, infelizmente atingiu apenas uma pequena parcela daqueles que sofreram a crueldade da ação militar – disse o italiano, acrescentando que a “paz deve ser alcançada na alma do povo”.
Em uma breve conversa com jornalistas à margem de uma reunião em Florença, o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, disse que a primeira-ministra do país, Giorgia Meloni, deverá participar da cerimônia oficial de assinatura do cessar-fogo.
O político analisou que o evento poderá acontecer na próxima segunda-feira, mas o local ainda não teria sido decidido.