Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Hamas recebe prazo de 72h após saída de tropas israelenses

Israel conclui retirada na Faixa de Gaza, dando ao Hamas 72 horas para libertar reféns. Acordo mediado por Donald Trump promete paz e desarmamento.

Sexta, 10 de Outubro de 2025 às 11:21, por: CdB

A medida é um dos pilares do acordo de cessar-fogo com o Hamas mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Por Redação, com ANSA – de Gaza

As Forças de Defesa de Israel (IDF) concluíram nesta sexta-feira a retirada para a chamada “linha amarela” na Faixa de Gaza, um perímetro que varia entre 1,5 e 5 quilômetros a partir das fronteiras do enclave palestino e que corresponde a 53% do território.

Hamas recebe prazo de 72h após saída de tropas israelenses | Multidão começa a retornar para Cidade de Gaza após retirada israelense
Multidão começa a retornar para Cidade de Gaza após retirada israelense

A medida é um dos pilares do acordo de cessar-fogo com o Hamas mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o grupo fundamentalista terá agora 72 horas, ou seja, até a manhã da próxima segunda-feira, para libertar os 20 reféns israelenses ainda vivos.

“As forças das IDF se posicionaram nas últimas linhas de deslocamento, em conformidade com o acordo de cessar-fogo e para o retorno dos sequestrados”, diz um comunicado do Exército de Israel, acrescentando que as tropas “continuarão a operar para eliminar qualquer ameaça imediata”.

Milhares de famílias

Com a retirada, milhares de famílias que haviam sido forçadas a se deslocar para o sul do enclave começaram a voltar para a Cidade de Gaza, no norte do enclave, mas a população foi alertada para não se aproximar de pontos de concentração de tropas, bem como da passagem de fronteira de Rafah e do Corredor Filadélfia, na fronteira com o Egito.

Além disso, as IDF “recomendaram” que pescadores e banhistas “não entrem no mar nos próximos dias”. “Aproximar-se de zonas militares coloca em risco a vida de vocês”, alertaram.

Já o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, divulgou uma declaração na qual celebra “um dos maiores resultados da nossa guerra de renascimento: o retorno de todos os nossos reféns — vivos e mortos — para casa”. Fizemos uma promessa e a mantivemos”, disse.

O primeiro-ministro lembrou que as próximas fases do plano de paz de Trump preveem o desarmamento completo do Hamas e a desmilitarização de Gaza. “Se isso for alcançado de modo pacífico, melhor ainda. Do contrário, será alcançado com a força”, assegurou.

O porta-voz do grupo islâmico, Hazem Qassem, no entanto, garantiu que o movimento “não dará a Israel nenhuma desculpa para voltar à guerra”. Em troca dos 20 reféns vivos, serão libertados 1.950 prisioneiros palestinos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua e 1,7 mil detidos pelas forças israelenses durante os dois anos de conflito em Gaza.

Também há 28 reféns mortos sob poder do Hamas, porém a restituição dos corpos pode exigir um pouco mais de tempo. O cessar-fogo deve permitir a entrada de 400 caminhões de ajuda humanitária por dia no enclave, porém as questões relativas ao desarmamento do grupo e à gestão do território serão enfrentadas nas próximas rodadas das negociações.

Na trégua do início deste ano, não houve avanço nesses temas, e o conflito foi retomado por Israel.

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