A posição final chegou na véspera, durante um contato entre eles, na qual Gomes argumentou que não poderia assumir o cargo como um “derrotado” na Fiesp, onde há um movimento para retirá-lo do cargo. Se isso ocorresse, ele pareceria um “refugiado” dentro do governo, disse o ministeriável a interlocutores.
Por Redação - de São Paulo
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o empresário Josué Gomes da Silva declinou, inicialmente, ao convite do presidente eleito e diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Lula já o havia convidado, na semana passada, e Gomes ficou de lhe responder dentro de uns dias a mais.
A posição final chegou na véspera, durante um contato entre eles, na qual Gomes argumentou que não poderia assumir o cargo como um “derrotado” na Fiesp, onde há um movimento para retirá-lo do cargo. Se isso ocorresse, ele pareceria um “refugiado” dentro do governo, disse o ministeriável a interlocutores. Josué Gomes chegou aos EUA com a família, neste fim de semana, mas antes de embarcar conversou com Lula, por telefone.
Coteminas
O presidente da Fiesp tem enfrentado uma crise na instituição e parte da diretoria o quer fora do cargo. Chegaram a marcar uma reunião final, na semana que vem, mas Gomes conseguiu adiar a assembleia dos sindicatos patronais para o dia 16 de janeiro de 2023. O movimento contrário à sua permanência no cargo foi reforçado ainda durante a campanha eleitoral, quando a Fiesp divulgou uma carta em defesa da democracia.
O texto foi lido pelo ex-ministro da Justiça José Carlos Dias na manifestação em frente à Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em 11 de agosto, e provocou protestos de representantes da indústria por ser interpretado como um apoio escancarado a Lula.
Seu adversário, ligado ao presidente em fim de mandato, Jair Bolsonaro (PL), o empresário Paulo Skaf, ex-presidente da Fiesp, aproveitou o momento para lançar a proposta de retirá-lo do cargo. Skaff é um dos principais críticos de Gomes. Filho do ex-vice-presidente José Alencar, morto em 2011, Josué tem trânsito nos três Poderes e é muito próximo de Lula. A amizade aumentou durante os dois mandatos do petista. No ano passado, Lula chegou a sondar o dono da Coteminas para ser vice em sua chapa, mas ele recusou.