A constatação não é apenas um marco na observação astronômica, mas também algo que borra ainda mais as fronteiras entre o que consideramos um planeta gigante e uma estrela pequena.
Por Redação, com Xataka – de Washington, Bruxelas
Uma equipe internacional de astrônomos testemunhou um evento extraordinário: um objeto solitário, com massa de cinco a 10 vezes a de Júpiter, entrou em um violento e prolongado surto de crescimento.

Usando a potência combinada do Telescópio Espacial James Webb (JWST) e do Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul, os cientistas observaram como esse objeto, conhecido como Cha J11070768-7626326, aumenta drasticamente seu brilho e seu ritmo de “alimentação”, comportando-se como uma estrela em miniatura.
Esta descoberta representa a primeira vez que se observa um surto de acreção do tipo “EXor”, um fenômeno até agora associado a estrelas jovens, em um corpo de massa planetária.
A constatação não é apenas um marco na observação astronômica, mas também algo que borra ainda mais as fronteiras entre o que consideramos um planeta gigante e uma estrela pequena.
O mistério
Cha 1107-7626 não é um planeta no sentido tradicional que todos temos em mente. Embora tenha uma massa comparável à de um gigante gasoso, não orbita nenhuma estrela e está a 620 anos-luz da Terra. Trata-se do que se conhece como um “objeto de massa planetária livre” ou FFPMO (sigla em inglês).
A existência desses corpos solitários levanta uma questão fundamental para a astronomia: são planetas gigantes que foram expulsos de seus sistemas solares, ou são estrelas menores que podem existir de forma isolada?