Os cientistas descobriram que toda a Theia e a maioria dos outros materiais constituintes da Terra tiveram origem no interior do Sistema Solar.
Por Redação, com Sputnik – de Moscou
A ciência já havia descoberto que a Lua se formou a partir de um impacto gigante da proto-Terra com o antigo protoplaneta Theia. Em um novo estudo, no entanto, um grupo internacional de cientistas mediu isótopos de ferro em amostras lunares, rochas terrestres e meteoritos que representam os reservatórios isotópicos a partir dos quais Theia e a proto-Terra podem ter se formado.
Os cientistas descobriram que toda a Theia e a maioria dos outros materiais constituintes da Terra tiveram origem no interior do Sistema Solar. As suas avaliações sugerem que Theia pode ter se formado mais perto do Sol do que a Terra, segundo a publicação científica Sci-News publicou, neste sábado.
— A composição de um corpo arquiva toda sua história de formação, incluindo seu local de origem — disse à publicação o autor principal do estudo, Dr. Thorsten Kleine, pesquisador do Instituto Max Planck para a Pesquisa do Sistema Solar.
Nêutrons
As proporções em que certos isótopos de metal estão presentes em um corpo são particularmente reveladoras. Os isótopos são variantes do mesmo elemento, que diferem apenas no número de nêutrons em seu núcleo atômico – e, portanto, em seu peso.
No Sistema Solar primordial, os isótopos de um determinado elemento provavelmente não estavam distribuídos uniformemente: na borda externa do Sistema Solar, por exemplo, os isótopos ocorreram em uma proporção ligeiramente diferente da área próxima ao Sol. As informações sobre a origem dos seus blocos de construção originais são assim armazenadas na composição isotópica de um corpo.
Pesquisadores examinaram 15 rochas terrestres e seis amostras lunares que os astronautas das missões Apollo trouxeram para a Terra. O resultado não é surpreendente: como já tinha sido mostrado por medições anteriores das relações isotópicas de cromo, cálcio, titânio e zircônio, a Terra e a Lua são indistinguíveis a este respeito. No entanto, a grande semelhança não permite quaisquer conclusões diretas sobre Theia.
Molibdênio
A equipe foi mais longe e comparou as proporções de isótopos nas amostras de rocha da Terra e da Lua com a composição do nosso planeta para explorar diferentes combinações de tamanho e composição de Theia que poderiam levar ao estado final observado.
Com a formação do núcleo de ferro, alguns elementos como o ferro e o molibdênio se acumularam lá; eles estavam depois em grande parte ausentes do manto rochoso. O ferro encontrado no manto da Terra hoje só pode ter chegado depois que o núcleo foi formado, por exemplo no interior de Theia. Outros elementos como o zircônio, que não “afundou” no núcleo, documentam toda a história da formação do nosso planeta.
O cenário mais convincente é que a maioria dos blocos de construção da Terra e de Theia teve origem no interior do Sistema Solar”, disse o primeiro autor do estudo, Timo Hopp, pesquisador da Universidade de Chicago e do Instituto Max Planck.
Vizinhas
A equipe teve uma maneira útil de avaliar ainda mais a composição de Theia e o que isso significava para suas origens, usando meteoritos coletados da superfície da Terra.
Enquanto a composição da Terra corresponde a uma mistura de tipos conhecidos de meteoritos, originados em diferentes pontos do Sistema Solar, a composição do que eles acreditam ser Theia não.
Isto significa que material até então desconhecido pode ter estado envolvido na formação de Theia, indicando que Theia pode ter se formado mais perto do Sol do que a Terra.
