Apoiada por latifundiários, a gestão de Jair Bolsonaro (PL) é a campeã em registros de invasão de territórios. Embora tenha prometido “pacificar” o campo, seu mandato figura junto com o agronegócio na lista dos principais causadores de conflitos rurais.
Por Redação - de São Paulo
Dados do relatório “Conflitos no Campo Brasil 2022”, elaborado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e divulgado nesta segunda-feira, contradizem o argumento usado por líderes ruralistas de que os responsáveis pela insegurança no campo são os sem-terra, indígenas e quilombolas.
Apoiada por latifundiários, a gestão de Jair Bolsonaro (PL) é a campeã em registros de invasão de territórios. Embora tenha prometido “pacificar” o campo, seu mandato figura junto com o agronegócio na lista dos principais causadores de conflitos rurais.
Entre 2013 e 2022, a CPT identificou 1.935 ocorrências de invasões de territórios no país. Do total, 1.185 foram registradas durante os quatro anos do mandato de Bolsonaro.
Interesses
A proporção se repete nas terras indígenas. Das 661 invasões a territórios ancestrais registradas pelo centro de documentação da CPT na última década, 411 ocorreram durante o governo Bolsonaro, um percentual de 62,17%.
— Nós compreendemos invasões e ocupações como categorias diferentes. O processo de invadir é praticado pelas elites e pelo Estado, no sentido de expulsar comunidades a partir de um interesse econômico na terra. Ocupações são feitas por movimentos populares em terras improdutivas para denunciar ilegalidades e promover a reforma agrária — observou Carlos Lima, da coordenação nacional da CPT.
O tradicional levantamento anual feito pelo Centro de Documentação Dom Tomás Balduino (Cedoc-CPT) aponta, ainda, que Bolsonaro entregou um país com números típicos de uma guerra. Entre 2021 e 2022, os conflitos no campo cresceram 10% e totalizaram 2.018 ocorrências: uma a cada quatro horas.