Galípolo disse que a autonomia formal do BC, aprovada em 2021, deve ser vista não como um afastamento dos demais poderes, mas como uma garantia de que as escolhas feitas pela autoridade monetária tenham estabilidade institucional.
Por Redação, com ABr – de Brasília
Presidente do Banco Central (BC), o economista Gabriel Galípolo voltou a reafirmar, nesta quinta-feira, a autonomia da instituição como condição essencial para que as decisões de política monetária e regulatória sejam tomadas com base em critérios técnicos, livres de pressões eleitorais.

— É um processo de proteção para o país, para que os diretores se sintam à vontade para tomar as decisões que são melhores para o país, independentemente de cálculo político — afirmou, durante o ‘Seminário Nacional de Crédito Consignado’, em curso na Capital Federal.
Galípolo disse que a autonomia formal do BC, aprovada em 2021, deve ser vista não como um afastamento dos demais poderes, mas como uma garantia de que as escolhas feitas pela autoridade monetária tenham estabilidade institucional.
— É preciso coragem, estrutura e institucionalidade para buscar, em conjunto com outras instituições, a melhor solução para o cidadão — acrescentou.
Avaliação
Ao participar de um evento voltado ao crédito consignado, Galípolo também abordou a importância de ampliar a segurança e a transparência nessa modalidade, hoje uma das principais portas de acesso ao crédito no Brasil. Ele destacou que muitas famílias contratam financiamentos sem perceber que estão, de fato, endividadas, o que distorce a avaliação da própria situação financeira.
O presidente do BC ressaltou que a revolução tecnológica dos últimos anos ampliou a inclusão financeira, permitindo que cidadãos antes limitados à agência de sua cidade possam acessar serviços bancários e crédito via celular ou computador. Mas ponderou que a expansão precisa vir acompanhada de regulação rigorosa.
— Segurança é um tema inegociável. Quanto mais opções de crédito seguras e transparentes existirem, melhores serão as condições para o cidadão — pontuou.
Integração
Galípolo também aprova a aproximação entre o Banco Central, órgãos supervisores e reguladores do mercado financeiro, de modo a fortalecer a rastreabilidade das operações e reduzir riscos de abuso. Para ele, a integração institucional é o caminho para garantir um sistema mais democrático, sólido e acessível.
O presidente do BC acredita que o reforço no sistema de crédito com garantia, concomitantemente a um avanço na agenda de segurança do sistema financeiro, é uma medida acertada.
O executivo afirmou que linhas de crédito emergenciais — como é o caso do rotativo do cartão de crédito — não foram pensadas para funcionar como uma renda disponível das famílias. Ele acredita, no entanto, que deva ser ampliado o acesso a linhas com garantia, que têm juros menores.
— É muito importante que a gente consiga avançar nessa agenda, avançando com a ideia de que a segurança é um tema inegociável para o sistema financeiro — concluiu.