Uma forte tensão se mantém na cidade de Hyderabad, no sul da Índia, pela greve convocada nesta segunda-feira, por organizações fundamentalistas hindus depois dos distúrbios religiosos do fim de semana nos quais morreram seis pessoas, informou a Polícia.
O toque de recolher rege desde ontem em Hyderabad, a capital do estado sudoeste de Andhra Pradesh, onde no sábado e domingo se enfrentaram grupos de hindus e muçulmanos por causa do décimo primeiro aniversário da destruição da mesquita de Ayodhya.
As escolas e mercados da cidade permaneceram hoje fechados pela convocação de greve feita pelo governante Partido Bharatiya Janata (PBJ) e o Conselho Mundial Hindu (VHP, sigla em inglês), os dois principais grupos responsáveis pela convocação da concentração que no dia 6 de dezembro de 1992 acabou com a demolição por parte de extremistas hindus da mesquita de Babri em Ayodhya.
A Polícia está em alerta máximo e um de seus porta-vozes afirmou que "até agora tudo está controlado, mas a situação é muito delicada e não queremos arriscar-nos".
Os incidentes em Hyderabad, uma cidade de maioria de população de religião islâmica, começaram quando um grupo de fundamentalistas hindus incendiaram uma bandeira preta colocada por muçulmanos que estavam em greve para manifestar sua dor pela destruição de uma mesquita na cidade nortista indiana de Ayodhya há onze anos.
Três pessoas morreram nos enfrentamentos e outras três por disparos da Polícia, enquanto que outras 30 ficaram feridas.
Os fundamentalistas hindus, com o VHP e o PBJ na cabeça, pretendem construir no local da mesquita de Ayodhya, no estado nortista indiano de Uttar Pradesh, um templo dedicado ao deus hindu Rama.
Nos dias que seguiram a destruição da mesquita se produziram enfrentamentos religiosos em diversos lugares da Índia, nos quais morreram mais de 2.000 pessoas, a maioria muçulmana