Influencer dono de fintech está foragido; grupo criminoso desviou mais de R$ 146 milhões de um banco e de empresas clientes por meio de transferências ilegais.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A Polícia Civil de São Paulo desencadeou na manhã desta terça-feira a Operação Dubai, que tem como alvo um esquema de fraudes milionárias envolvendo o sistema de pagamentos instantâneos PIX. Segundo as investigações, o grupo criminoso desviou mais de R$ 146 milhões de um banco e de empresas clientes por meio de transferências ilegais.

A ação é coordenada pela 1ª Delegacia da Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCiber), vinculada ao Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Mandados e investigados
A Justiça expediu três mandados de prisão temporária e quatro de busca e apreensão. Dois investigados já foram presos e, juntos, teriam recebido quase R$ 75 milhões do esquema. O principal alvo, entretanto, permanece em liberdade: trata-se do empresário e influenciador digital Gabriel Spalone, de 29 anos, proprietário da Dubai Cash e da Next Trading Dubai, empresas que se apresentam como fintechs.
Com mais de 800 mil seguidores no Instagram, Spalone se apresenta como jovem investidor ligado ao mercado financeiro. Em suas redes sociais, costuma divulgar uma rotina de negócios e ostentar o título de empreendedor internacional. Nesta terça-feira, seu perfil no Instagram aparecia como privado.
Apesar de manter endereços em São Paulo, o investigado também reside em Dubai, o que pode dificultar sua captura. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Spalone nem dos outros envolvidos.
Como funcionava o esquema
De acordo com a investigação, em 26 de fevereiro de 2025 um banco detectou movimentações anormais em seu sistema. Entre 4h23 e 9h47, foram realizadas 607 transferências via PIX, que totalizaram R$ 146.593.142,28.
Essas operações partiram de 10 contas vinculadas a uma empresa parceira da instituição, que utilizava o chamado “PIX indireto”. O mecanismo, apontado pelo banco como prática ilegal, teria permitido o escoamento dos valores.
Graças à rápida resposta da instituição financeira, mais de R$ 100 milhões foram recuperados. Ainda assim, o prejuízo líquido chegou a R$ 39 milhões, afetando tanto o banco quanto empresas correntistas.
Bens e endereços ligados aos investigados
Os mandados de busca foram cumpridos em imóveis de alto padrão na capital paulista, incluindo endereços na Vila Leopoldina, no Jardim Morumbi, na Vila Santo Henrique e no Jardim Ampliação.
Os dois presos foram conduzidos à sede da DCCiber, localizada no prédio do DHPP, na região da Luz, no centro de São Paulo. Já Gabriel Spalone segue foragido, e sua captura é tratada como prioridade pela equipe responsável pela investigação.