O mandatário francês se encontrou com o homólogo ucraniano um dia depois de se reunir com Vladimir Putin, na Rússia, em uma tentativa diplomática de atenuar as tensões na região. Durante a coletiva de imprensa conjunta, Macron ainda elogiou Zelensky por manter "o sangue frio" mesmo com a pressão militar de Moscou nas fronteiras do país.
Por Redação, com ANSA - de Paris
Após se reunir com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o líder da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta terça-feira que seu país fará "todo o possível para prosseguir nos esforços de mediação" na crise com os russos.
O mandatário francês se encontrou com o homólogo ucraniano um dia depois de se reunir com Vladimir Putin, na Rússia, em uma tentativa diplomática de atenuar as tensões na região. Durante a coletiva de imprensa conjunta, Macron ainda elogiou Zelensky por manter "o sangue frio" mesmo com a pressão militar de Moscou nas fronteiras do país.
Aos jornalistas, o chefe de Estado ressaltou que vê os Acordos de Minsk, firmados em 2015, como "o único caminho que permitirá construir a paz, que consente construir uma solução política aceitável". "Me parece a única estrada viável", acrescentou.
Macron ressaltou que Zelensky e Putin se comprometeram em manter os diálogos tanto para implementar integralmente o acordo como para tentar resolver a crise local sem a necessidade de um conflito bélico.
Por sua vez, o presidente ucraniano afirmou que está esperando "em um breve tempo" a realização de uma reunião no formato Normandia, ou seja, com a presença conjunta de representantes de seu país, da Rússia, da França e da Alemanha.
Os intermediadores da crise
Franceses e alemães foram os intermediadores da crise iniciada entre o fim de 2013 e início de 2014, que culminou com a anexação unilateral por parte dos russos da Crimeia e com um conflito bélico, agora mais "calmo", na região do Donbass.
Em 2015, um acordo foi assinado para tentar restabelecer a paz, mas ambos os lados trocam acusações sobre a não implementação de medidas definidas no documento. A situação estava em relativa calma, mas a suposta intenção de Kiev de se tornar membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) enfureceu o Kremlin, que iniciou uma grande ação para enviar tropas e equipamentos para áreas próximas das fronteiras ucranianas.
Com a medida, os Estados Unidos, o Reino Unido e grande parte da União Europeia começaram a acusar Putin de querer invadir o território ucraniano "a qualquer momento", mas o presidente russo afirmou que não vai "agredir o povo" local e só está pensando na "segurança" do seu território.
Os russos relutaram em incluir os europeus nas negociações para atenuar a crise e se reuniram em diversos níveis com os EUA apenas, mas, Washington manteve os aliados informados de cada passo.
Putin enviou um "tratado de paz" aos norte-americanos que, entre nove pontos, tem uma exigência de que a Otan não aceite mais ex-repúblicas soviéticas em seu quadro de associados - algo repelido pela gestão de Joe Biden.
Porém, desde a última semana, diversos líderes da UE fizeram visitas políticas ou telefonemas para discutir a crise ucraniana com o alto escalão russo.