A agenda do encontro de dois dias inclui a proposta de um imposto global aos super-ricos, defendida por Brasil, Colômbia, Espanha, França, África do Sul e União Africana, mas rejeitada pelos Estados Unidos. O Brasil, que exerce a presidência anual do G20, alçou o imposto global aos bilionários como uma de suas prioridades.
Por Redação – do Rio de Janeiro
Os ultra bilionários, que integram o 1% mais rico do mundo, aumentou sua fortuna em US$ 42 trilhões (R$ 236,6 trilhões) ao longo da última década, mas nunca pagou tão poucos impostos, disse nesta quinta-feira a Oxfam, Organização Não Governamental estabelecida em mais de 90 países, antes da reunião do G20 que discutirá uma taxa global aos bilionários.
A faixa mais abastada da população mundial “acumulou US$ 42 trilhões da nova riqueza gerada na última década”, afirmou em comunicado a ONG, antes da abertura da cúpula de ministros das Finanças das maiores economias avançadas e emergentes, em curso no Rio de Janeiro.
A agenda do encontro de dois dias inclui a proposta de um imposto global aos super-ricos, defendida por Brasil, Colômbia, Espanha, França, África do Sul e União Africana, mas rejeitada pelos Estados Unidos. O Brasil, que exerce a presidência anual do G20, alçou o imposto global aos bilionários como uma de suas prioridades.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinalou, na véspera, que “os super-ricos pagam proporcionalmente muito menos impostos do que a classe trabalhadora”.
Campanha
Layla Yakoub, responsável da campanha ‘Justiça Fiscal e Desigualdades’ da Oxfam França, citada no comunicado, ressalta que “a dinâmica para aumentar os impostos para os ultra-ricos é inegável” e que “esta semana é a primeira prova de fogo real para os governos do G20” nesse tema.
Mas a pergunta é se os governos terão “vontade política de estabelecer um padrão global que dê prioridade às necessidades da maioria sobre a sede de lucro de uma elite de bilionários minoritários“.
Segundo a Oxfam, “a proporção dos rendimentos do 1% mais rico nos países do G20 aumentou 45% nas últimas quatro décadas, enquanto as taxas de impostos mais elevadas sobre seus rendimentos foram reduzidas em aproximadamente um terço. Suas fortunas cresceram em média 7,1% por ano durante as últimas quatro décadas e seria necessário um imposto sobre o patrimônio líquido anual de pelo menos 8% para reduzir a riqueza extrema dos bilionários”, concluiu.