Outra fonte, dessa vez consultada pela agência inglesa de notícias Reuters preferiu não cravar o compromisso entre os chefes de Estado, mas concordou que a probabilidade é real.
Por Redação – de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, têm uma reunião marcada para domingo, na Malásia, onde ambos participarão da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). Diplomatas que articularam o encontro passaram a informação à mídia conservadora, em condição de anonimato, nesta quarta-feira.

Outra fonte, dessa vez consultada pela agência inglesa de notícias Reuters preferiu não cravar o compromisso entre os chefes de Estado, mas concordou que a probabilidade é real. Uma outra fonte com conhecimento do assunto admite a possibilidade do encontro no domingo ou na segunda-feira, mas acrescentou que ainda não havia uma definição e que, como as agendas dos dois líderes são dinâmicas, o encontro pode até mesmo nem ocorrer na Malásia.
Ainda nesta quarta, uma autoridade da Casa Branca que também preferiu não se identificar, disse à Reuters que Trump demonstrou total interesse em se reunir com Lula e concordou que a Malásia seria o local perfeito, nos bastidores da reunião de cúpula da Asean.
‘Química’
O encontro entre Lula e Trump na Malásia tende a ocorrer depois de um telefonema entre os dois líderes no início do mês, resultado de um breve encontro entre ambos nos bastidores da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro, em Nova York, quando Trump elogiou Lula e disse ter havido uma “química excelente” entre os dois.
O diálogo entre os presidentes serviu para distensionar as relações entre Brasil e EUA depois que Trump saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e impôs tarifas de 50% a produtos brasileiros e sanções a ministros do Supremo Tribunal Federal e do próprio governo. No telefonema, Lula pediu a Trump que revogue o tarifaço imposto ao Brasil.
Ministro das Relações Exteriores, o chanceler Mauro Vieira reuniu-se, na semana passada, com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Washington. Vieira revelou ter se tratado de “um princípio auspicioso de um processo negociador” e disse que os dois lados trabalhariam para um encontro entre os dois presidentes.
Obstáculos
Às vésperas do possível encontro entre o Lula e Trump, em Kuala Lumpur, bolsonaristas intensificam tentativas de influenciar a política externa norte-americana. O grupo ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro busca pressionar o governo de Washington para aplicar novas sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Pessoas próximas ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), segundo a mídia conservadora, têm levado adiante as articulações que visam atingir magistrados brasileiros. O parlamentar, segundo esses aliados, mantém interlocução com integrantes do governo Trump para ampliar as medidas financeiras já adotadas anteriormente pelos Estados Unidos contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
As articulações teriam sido reforçadas após o encontro entre o chanceler Mauro Vieira e Marco Rubio. Um mês atrás, o Departamento de Estado havia acionado a Lei Magnitsky para sancionar a advogada Viviane Barci de Moraes, esposa de Alexandre de Moraes, decisão que acirrou o embate entre o bolsonarismo e o STF.