Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Fogo no Pantanal se alastra pelas raízes das árvores e devasta grandes extensões

Arquivado em:
Domingo, 30 de Agosto de 2020 às 13:27, por: CdB

Bombeiros estão lutando simultaneamente contra incêndios na Floresta Amazônica e no Cerrado, mas o fogo é um desafio particular no Pantanal. "A única forma de combater as chamas subterrâneas é cavar uma trincheira ao redor delas", constata o Corpo de Bombeiros.

Por Redação, com BdF - de Campo Grande
O Pantanal está em chamas, mas o fogo às vezes é invisível. A vegetação que fica sob pântanos durante a temporada de chuvas se torna seca à medida que lagos e lagoas evaporam, deixando depósitos inflamáveis no subsolo que continuam a queimar muito tempo após as chamas visíveis terem sido apagadas.
pantanal.jpg
Os focos de incêndio, no Pantanal, se espalham por centenas de quilômetros
Bombeiros estão lutando simultaneamente contra incêndios na Floresta Amazônica e no Cerrado, mas o fogo é um desafio particular no Pantanal. A única forma de combater as chamas subterrâneas é cavar uma trincheira ao redor delas, segundo o tenente dos bombeiros Isaac Wihby. — Mas como fazer isso se você tem uma linha de fogo de 20 quilômetros? Não é viável — reconhece.

Onças-pintadas

Os incêndios no Pantanal em agosto são os piores em 15 anos. As chamas ameaçam a biodiversidade da região, que inclui antas, onças, capivaras e a maior densidade de onças-pintadas do mundo. À medida que os incêndios se aproximaram das equipes de emergência no Pantanal esta semana, agentes usaram tratores para cortar árvores e arbustos ressecados, deixando um rastro de terra marrom para privar as chamas de combustível e evitar a disseminação. Mas os ventos fortes podem fazer com que as chamas passem por cima deles, ou o fogo subterrâneo passa por baixo. — Às vezes ele passa por baixo dos aceiros e pega os bombeiros de surpresa. Às vezes você controla o fogo, mas ele não está morto realmente, só dormindo — disse o tenente-coronel Jean Oliveira, que está liderando os esforços.

Muito seco

Centenas de bombeiros, agentes florestais e militares têm trabalhado 24 horas por dia há semanas tentando apagar as chamas que destruíram centenas de quilômetros quadrados de Pantanal. Até agora, o Pantanal registrou 4.677 focos de calor em agosto, na pior sequência de incêndios desde agosto de 2005, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As chuvas trouxeram alívio temporário à região sul do Pantanal na semana passada, mas os incêndios voltaram a aumentar esta semana. No mês que vêm pode ser ainda pior. — É nosso pior ano do fogo aqui. Nunca ficou seco desse jeito — resume Edmilson Rodrigo da Silva, bombeiro de Mato Grosso.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo