Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Financiamento da safra 2005/2006 exigirá R$ 81,4 bilhões

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Quarta, 13 de Abril de 2005 às 18:59, por: CdB

O Conselho Superior de Agricultura e Pecuária do Brasil (Rural Brasil), que reúne representantes dos setores produtivo e cooperativista, estima que serão necessários R$ 81,4 bilhões para financiar a safra de 2005/2006. A estimativa serve de base para o Plano Agrícola e Pecuário dos próximos dois anos e faz parte de um documento com propostas entregue hoje ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues.

Do total de recursos, R$ 68,6 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização de algodão, arroz irrigado, arroz de sequeiro, feijão, mandioca, milho, soja, sorgo, trigo, mamona, café arábica, cana-de-açúcar e cacau. Em 2004, o Rural Brasil indicou a necessidade de R$ 56,2 bilhões para financiar a safra e o governo anunciou a liberação de R$ 46,5 bilhões para o crédito rural, dos quais R$ 24,7 bilhões foram usados em linhas de custeio, comercialização e investimentos, incluindo a agricultura familiar.

Para o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antonio Ernesto de Salvo, apesar do aumento de R$ 25,2 bilhões em relação ao ano passado, o cálculo é conservador. "A razão fundamental é o aumento dos custos. Em segundo lugar, a tentativa de fazer o Brasil continuar a crescer com uma produção agropecuária boa que resolva os nossos problemas de desabastecimento, a preços módicos, e de exportação, gerando dólares", afirmou.

De acordo com o chefe do Departamento Econômico da CNA, Getúlio Pernambuco, é necessário incrementar o volume de recursos à disposição do setor rural em 75,2%: "Para isso, o setor sugere a ampliação de 25% para 30% das exigibilidades bancárias, que possibilitaria alocar mais cerca de R$ 6 bilhões nos depósitos à vista para os financiamentos do setor rural, a taxas de juros controladas."

No documento é proposta ainda a elevação dos tetos de crédito e de empréstimo do governo federal (EGF), de R$ 500 mil para R$ 700 mil por produtor de algodão, milho, arroz irrigado, feijão, mandioca, trigo, soja e sorgo, e outro, de R$ 250 mil, para as outras culturas; a implantação de um mecanismo de "extralimite" de crédito para produtores que cultivem mais de uma safra por ano; e a correção nos preços mínimos de garantia.

Os R$ 12,8 bilhões restantes serão destinados a programas de investimento "essenciais para a modernização, aumento da produtividade e da competitividade da produção primária agrícola e da agroindústria", de acordo com o documento do Rural Brasil. O Conselho propõe a unificação dos encargos do crédito rural para todas as atividades em 8,75% ao ano; e solicita o financiamento de máquinas usadas e maior participação na modernização das cooperativas como instrumento essencial ao aumento da repasses em recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o custeio e comercialização.

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