A série documental Depois do Vendaval de Sérgio Péo, José Carlos Asbeg e Luiz Arnaldo Campos, será exibido em três episódios neste sábado.
Por Redação, com ACS - do Rio de Janeiro
A série documental Depois do Vendaval de Sérgio Péo, José Carlos Asbeg e Luiz Arnaldo Campos, será exibido em três episódios neste sábado às 16h no Rio de Janeiro.
Todos os episódios terão uma introdução onde se situa o golpe militar de 64, o AI-5 em 1968 e o estado de um país oprimido pela ditadura militar. Apesar de tudo o povo brasileiro resistiu.
Primeiro episódio
No Movimento Operário, depois de consumado o golpe, a primeira providencia dos militares foi desmantelar a base de apoio entre os trabalhadores do governo João Goulart. Intervenções nos sindicatos, prisões de lideranças, imposição de pelegos à frente das associações de classe, utilizando para isto o modelo sindical herdado de Getúlio Vargas.
As fábricas se tornaram infernos, onde os operários não tinham direitos e eram esmagados pelo arrocho salarial. A reação veio da base. A solidariedade entre os trabalhadores nas linhas de produção, os grupos por local de trabalho, as oposições sindicais, o aparecimento de dirigentes sindicais combativos.
Tudo isto construiu o levante do ABC, em 1979. A partir daí a greve retornou ao dicionário político brasileiro e símbolos como o Primeiro de Maio foram retomados. Uma avalanche poderosa conquistou a liberdade sindical, o direito de greve, a sindicalização dos funcionários públicos e a organização das centrais sindicais. Para o Brasil, um novo tempo tinha começado.
Segundo Episódio
No Movimento Estudantil, depois de 68, a ditadura aumentou a repressão. A UNE foi colocada na ilegalidade, centros acadêmicos foram fechados, e o decreto 477 suspendia por cinco anos os estudos dos alunos considerados subversivos.
Ainda assim a resistência não se dobrou. Cineclubes e atividades culturais viraram pontos de encontro e discussão, semanas de calouros e grupos de estudos debatiam a realidade brasileira e o papel do estudante. No final dos anos 70, a efervescência nas faculdades já é grande: estudantes reivindicam melhores condições de ensino e liberdades democráticas.
Pouco depois começam a desfiar abertamente o regime. Em todo país são recriados diretórios estudantis, geralmente com o nome de militantes da luta armada, mortos pela ditadura, estabelecendo assim uma ligação entre o passado e o presente da resistência. Daí para a frente os universitários se unem nas ruas na luta aberta contra a ditadura. Apoiam as greves do ABC e participam ativamente da campanha pela Anistia e em 1979, num congresso memorável, refundam a União Nacional dos Estudantes.
Terceiro Episódio
No Movimento pela Anistia, a prisão foi paradoxalmente um dos maiores centros de resistência contra a ditadura militar. Presos políticos se organizavam nos cárceres, passavam clandestinamente denúncias para o exterior e realizavam greves de fome em defesa da vida e da dignidade.
Do lado de fora, mães, filhas, esposas dos presos começaram a se encontrar para repercutir as denúncias no Brasil e no mundo. Por isto, foram também ameaçadas e perseguidas, mas não desistiram. Foram aos poucos ampliando a rede e no final dos anos 70 já tem força suficiente para lançar o Comité Brasileiro pela Anistia.
O movimento, articulado dentro e fora dos presídios, ganha representatividade, conquistando inclusive o apoio de políticos conservadores, como o senador Teotônio Vilela. A bandeira da Anistia Ampla, Geral e Irrestrita se torna a principal palavra de ordem contra a ditadura.
Dentro das prisões, os presos políticos se unem cada vez mais, como demonstra a tocante solidariedade entre presas e presos políticos, trancafiados em prisões distintas. A histórica greve de fome de 32 dias é um marco da luta democrática do Brasil e foi fundamental para ampliar os limites de uma Anistia que os militares queriam restrita, sem contemplar os combatentes da luta armada.
Mesmo assim, conseguiram impor uma anistia que também contempla os torturadores que jamais foram julgados. Ainda hoje há muito o que ser esclarecido e conhecido pelo povo brasileiro mas a campanha perla Anistia permanece como um marco histórico da luta pela liberdade no Brasil.
Serviço
Depois do vendaval
Data: sábado - 8/6
Hora: 16h
Local: Rua São Clemente, 155, Botafogo
Entrada Franca