Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

FHC não quer surpresas na Alca

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Quinta, 24 de Outubro de 2002 às 21:43, por: CdB

O presidente Fernando Henrique Cardoso, advertiu nesta quinta-feira que a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) deve ser negociada de tal forma que não apresente surpresas e medidas unilaterais. O presidente disse também que está confiante em alcançar um acordo de livre comércio entre o Mercosul e os países andinos, antes de concluir seu mandato. Ao instalar o 22º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), que vai até esta sexta-feira no Hotel Gloria, no Rio de Janeiro, o presidente defendeu a manutenção da abertura da economia do país e as negociações comerciais externas, até mesmo na Área de Livre Comércio das Américas (Alca). "No Brasil de hoje, estamos aproveitando, efetivamente, as oportunidades que o mundo oferece, mesmo em condições adversas", disse Fernando Henrique. "O País tem aproveitado nichos de mercado internacionais e avançado com firmeza." O presidente enfatizou que a questão da Alca deve ser discutida do ponto de vista comercial e não da soberania nacional. Ele reafirmou a necessidade do Brasil participar da Alca para vender seus produtos e considerou fundamental a continuidade das negociações "sem medo de fantasmas, fazendo sempre uma análise pragmática" para não haver surpresas com medidas unilaterais de antidumping, picos tarifários ou, ainda, por subsídios que não têm condições de ser razoavelmente sustentados. "Já estamos organizando o pensamento brasileiro, com os nossos empresários, técnicos, negociadores e com o setor produtivo para que tenhamos a capacidade de poder dizer sim e não de acordo com os interesses comerciais do país", disse. Para o presidente, o Brasil tem que encarar a Alca como já faz com o Mercosul e também com as negociações com a União Européia. Segundo ele, o Brasil tem tido persistência na busca de outros mercados e citou, como exemplo, os acordos bilaterais com o Chile e com o México, considerados por ele como marcos pela busca da expansão de mercados para a produção brasileira. O presidente insistiu também na necessidade de discussão de todos os temas em conjunto e não apenas os que interessam aos países desenvolvidos. As negociações sobre a criação da Área de Livre Comércio das Américas devem ser concluídas em janeiro de 2005, tal como acertaram os chefes de Estado do hemisfério na III reunião de cúpula das Américas, em Quebec, em abril de 2001. Ainda no discurso, Fernando Henrique criticou a onda de pessimismo em torno do futuro da economia brasileira, reafirmando que os números registrados e divulgados não condizem com o caos que se imagina. "Esse mito que estão incentivando, de que de novo há vulnerabilidade externa, não condiz com os números que estão sendo publicados e se nós repetimos esses mitos, nós vamos lá fora criar condições de instabilidade no mercado para o Brasil", acrescentou.

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