O festival exibe trabalhos finalizados em suportes digitais, com duração máxima de 30 minutos, e tem caráter competitivo e informativo.
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
Primeiro evento brasileiro a receber qualificação da Academia de Hollywood para indicar concorrentes ao Oscar, o Festival Internacional de Curtas foi aberto nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro, reunindo cerca de 200 filmes nacionais e estrangeiros com apresentações até o próximo dia 31. A mostra é exclusivamente dedicada à exibição e à promoção de obras audiovisuais de curta-metragem. O festival exibe trabalhos finalizados em suportes digitais, com duração máxima de 30 minutos, e tem caráter competitivo e informativo.
Os filmes serão exibidos no circuito de cinema independente, que engloba a Estação NET Botafogo 1, 2 e 3, a Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM), o Cinemaison, cineclube do Consulado da França e o Cine Arte da Universidade Federal Fluminense (UFF).
– Nosso festival é o único no Brasil que qualifica os vencedores, nas competiççoes nacional e internacional, para pleitear indicação para o prêmio da Academia de Hollywood – disse , à Agência Brasil,o diretor e curador da mostra, Ailton Franco Júnior.
A edição deste ano marca a participação, primeira vez, de um membro da Academia de Ciências Cinematográficas de Hollywood, Tom Oyer. Além de diretor associado da academia, é um dos responsáveis pelo gerenciamento dos curtas e documentários que concorrem ao Oscar. Por questões éticas, Oyer não poderá participar do júri que vai escolher os melhores filmes.
Resgate do VHS
Nesta edição, serão realizados também os panoramas Carioca e Latino-americano, reafirmando o compromisso do festival com a promoção de filmes brasileiros e da região latina. Os filmes nacionais e internacionais que não foram selecionados pelo júri serão exibidos nos programas especiais.
Pela primeira vez, o evento vai contar com a participação de uma curadora convidada, Laís Azeredo Rodrigues. A programação especial resgata filmes antigos e experimentais das décadas de 1970 e 1980 feitos em vídeo (Super 8 e VHS) e não no modo digital.
Segundo Franco Júnior, o Curta Cinema foi o primeiro festival a não ter divisão entre o que é digital e o que é película. No dia 29, a mostra terá uma roda de conversa, no Cinema Estação Botafogo, da qual participará Sandra Kogut, entre outros cineastas que experimentaram criar nos dois tipos de linguagem.
Outro destaque do festival é a mostra Manifest, em que produtores franceses trabalham, de forma colaborativa, filmes para festivais e para distribuição internacional. O selo “Manifest” reúne 15 produtores, mais de 1.300 curtas-metragens e cerca de 300 prêmios pelo mundo.
Audiovisual
No espaço Mercado Curta Cinema, serão discutidas questões do audiovisual em cinco painéis, entre as quais a atuação dos festivais, distribuição de curtas e sua relação com canais de televisão. No sábado , no Museu de Arte Moderna (MAM), haverá uma aula, a Masterclass de Direção , com a participação do cineasta e diretor Silvio Tendler.
Nesta primeira edição do Mercado Curta Cinema, serão realizados encontros individuais, One-to-one meetings , om os convidados do programa. Durante duas horas, realizadores e produtores com novos curtas, produzidos entre 2017 e 2018, terão a chance de apresentar e conversar sobre seus filmes com especialistas do mercado, além da possibilidade de distribuição, difusão e inscrições em festivais, informou a assessoria de imprensa do festival.
Estudantes
O festival retomou também as Sessões Escola, voltadas para alunos das redes públicas de ensino do Rio de Janeiro e de Niterói. Serão feitas três sessões, a primeira em Niterói, no dia 25, e as duas restantes no Rio de Janeiro, nos dias 29 e 30 deste mês. Franco Júnior lembrou que as inscrições dos estudantes e professores devem ser feitas previamente pelo e-mail atividades@curtacinema.com.br.
Em paralelo, haverá o Júri Jovem, iniciativa pioneira no Brasil, realizada em parceria com o Centro Técnico Audiovisual do Ministério da Cultura, que seleciona três jovens para premiarem filmes nas competições nacional e internacional.
O diretor do festival informou que nos programas Panorama Carioca e Panorama Latino-americano é o público que vota nos melhores curtas apresentados, que recebem troféus. Nas competições nacional e internacional, são três prêmios conferidos pelo júri oficial para melhor filme, melhor direção e Prêmio Especial do Júri. Os melhores filmes das duas mostras recebem também o Prêmio Jovem, concedido pelo Júri Jovem.
Durante o festival, será lançado o livro Ensaios Curta Cinema que traça um retrato histórico e atual da produção brasileira de curta metragem, além de abordar temas como multiplataformas, narrativa digital, distribuição internacional e o curta como negócio.
O Festival Curta Metragem tem apoio da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, Fundo Setorial do Audiovisual, Prefeitura de Niterói e copatrocínio da Riofilme.
Todas as atividades são gratuitas.