Serviço de inteligência norte-americano ainda apura a motivação do crime e se ação teve ajuda de co-autor. Em nota, o FBI disse estar investigando o ataque como possível ato de terrorismo doméstico.
Por Redação, com Poder360 – de Washington
O FBI (Federal Bureau of Investigation) investiga o ataque a tiros ao ex-presidente Donald Trump (Republicano) como um possível ato de terrorismo doméstico. O serviço de inteligência norte-americano também quer saber a motivação do crime.
Embora a investigação indique que o atirador Thomas Crooks, 20 anos, tenha agido sozinho, o FBI busca identificar se o planejamento do ataque tem um co-autor. As informações foram divulgadas pelo departamento em um boletim no domingo. É a atualização mais recente sobre as investigações do caso.
O FBI diz também que examina o telefone de Crooks e que o jovem não estava no radar do departamento antes do caso. A arma utilizada pelo atirador foi comprada legalmente.
Leia abaixo a íntegra do informe do FBI em português:
“O FBI está investigando o incidente com tiros no comício de 13 de julho em Butler, Pensilvânia, que resultou na morte de uma vítima e ferimentos no ex-presidente Trump e outros espectadores, como uma tentativa de assassinato e possível terrorismo doméstico.
“Embora a investigação até o momento indique que o atirador agiu sozinho, o FBI continua a conduzir atividade investigativa para determinar se houve algum co-conspirador associado a este ataque. No momento, não há preocupações atuais com a segurança pública.
“O FBI não identificou um motivo para as ações do atirador, mas estamos trabalhando para determinar a sequência de eventos e os movimentos do atirador antes do tiroteio, coletando e revisando evidências, conduzindo entrevistas e acompanhando todas as pistas. Também obtivemos o telefone do atirador para exame.
“O FBI vasculhou a casa e o veículo do atirador para coletar evidências adicionais. Dispositivos suspeitos encontrados em ambos os locais foram tornados seguros por técnicos de bombas e estão sendo avaliados no Laboratório do FBI.
“A arma de fogo usada no tiroteio foi comprada legalmente.
“O atirador não era conhecido do FBI antes deste incidente.
“A investigação do FBI está sendo liderada pelo Pittsburgh Field Office do FBI em coordenação com nossos parceiros locais, estaduais e federais.”
Ataque contra Trump
O pré-candidato do Partido Republicano à Casa Branca, Donald Trump, sofreu um ataque a tiros enquanto realizava um comício em Butler, na Pensilvânia, no sábado. O episódio levantou preocupações de segurança em relação às eleições dos Estados Unidos, que estão marcadas para 5 de novembro.
Para explicar o atentado, o Poder360 reuniu tudo o que sabe até o momento sobre o caso. Leia abaixo:
Trump discursava no comício em Butler (Pensilvânia) quando barulhos de tiros soaram no local por volta das 19h (horário de Brasília). O republicano levou a mão à orelha direita e, depois, se abaixou. Em seguida, foi cercado por agentes do Serviço Secreto. Antes de sair do palco, Trump ergueu seu punho direito, em um provável sinal de demonstração de força. O rosto do ex-presidente estava sujo de sangue;
O porta-voz da campanha de Trump, Steven Cheung, disse em publicação no X (ex-Twitter) que o republicano estava bem e foi atendido em um hospital na cidade. Trump foi atingido de raspão na orelha;
O porta-voz do Serviço Secreto, Anthony Guglielmi, também confirmou que Trump estava seguro a anunciou a abertura de uma investigação sobre o caso.
O presidente dos EUA, Joe Biden, divulgou comunicado sobre o ato, agradecendo a atuação do Serviço Secreto. Também disse que rezava por Trump. Depois, falou por dois minutos e 37 segundos com jornalistas. Condenou o ataque, dizendo que “não há lugar para esse tipo de violência nos EUA”.
Trump se manifestou sobre o ocorrido em publicação na Truth Social. Agradeceu pela “rápida resposta” do Serviço Secreto dos EUA e afirmou que percebeu o que estava acontecendo quando viu que estava sangrando. “Senti a bala rasgando a minha pele”, disse;
Diversas autoridades brasileiras e internacionais se manifestaram. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou o ataque de “inaceitável”. Jair Bolsonaro (PL) prestou solidariedade a Trump. O bilionário Elon Musk afirmou que apoia “totalmente” o republicano;
O porta-voz do Serviço Secreto, Anthony Guglielmi, confirmou a morte do atirador e de uma pessoa que estava na plateia. Disse que outras duas pessoas se feriram gravemente. Também afirmou que o autor do ataque “disparou vários tiros em direção ao palco” no qual Trump discursava “de uma posição elevada fora do local do comício”. Imagens que circulam nas redes sociais mostraram que o atirador estava em cima de um telhado;
Depois de ser atendido em hospital na Pensilvânia, Trump desembarcou em Nova Jersey na madrugada de domingo;
O FBI identificou o atirador como Thomas Matthew Crooks, um jovem de 20 anos que morava em Bethel Park, na Pensilvânia. A cidade está a cerca de 70 km de Butler, onde foi realizado o comício. O serviço de inteligência dos EUA também classificou o ataque como uma “tentativa de assassinato” de Trump. Disse que trabalha para identificar a motivação;
Os registros eleitorais estaduais identificam Crooks como republicano, partido de Trump. A próxima eleição, marcada para 5 de novembro, teria sido a 1ª em que ele teria idade suficiente para votar. Em 2021, Crooks fez uma doação de US$ 15 ao Progressive Turnout Project, grupo que incentiva democratas a votar, por meio da ActBlue, plataforma de arrecadação de dinheiro, em 2021. Os registros do tribunal público da Pensilvânia indicam que ele não tinha antecedentes criminais;
Trump voltou a falar sobre o atentado. Disse que foi Deus “quem evitou que o impensável acontecesse”;
Autoridades dos EUA teriam encontrado dispositivos explosivos no carro do atirador, que estava estacionado perto do local do comício. Outro dispositivo estaria na casa de Crooks em Bethel Park;
Joe Biden falou novamente sobre o atentado. Anunciou que instruiu o chefe do Serviço Secreto a revisar “todas as medidas de segurança” para a Convenção Nacional do Partido Republicano, que começou nesta segunda-feira. Também disse que determinou a realização de uma análise independente de segurança sobre o comício para avaliar o que aconteceu. “Compartilharemos os resultados com o povo norte-americano”, declarou.