Segundo testemunhas, o carro onde estavam os quatro jovens foi cercado por homens encapuzados, quando passava pelo bairro Valverde em direção à Vila Canaã, em Nova Iguaçu. Eles foram obrigados a sair do veículo, a deitar no chão e tiveram as mãos amarradas para trás.
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
O corpo de Matheus Costa da Silva, de 21 anos, um dos quatro jovens entre 21 e 28 anos, que desapareceram no dia 12 deste mês no Rio de Janeiro, após serem abordados dentro de um carro de aplicativo, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foi reconhecido pela família e também por impressão digital, na manhã desta terça-feira no Instituto Médico Legal (IML).
Os quatro jovens
Segundo testemunhas, o carro onde estavam os quatro jovens foi cercado por homens encapuzados, quando passava pelo bairro Valverde em direção à Vila Canaã, em Nova Iguaçu. Eles foram obrigados a sair do veículo, a deitar no chão e tiveram as mãos amarradas para trás. Além de Matheus, desapareceram Douglas de Paula Pamplona, de 22; Adriel Andrade Bastos, de 24; e Jhonatan Alef Gomes, de 28. “A investigação está em andamento no Setor de Descoberta de Paradeiros da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) e segue sob sigilo”, informou a Sepol. Inicialmente o caso foi registrado na Delegacia de Nova Iguaçu, mas a DH da Baixada assumiu as investigações.Complexo da Maré
O Complexo de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, chegou a ter uma letalidade duas vezes maior que a capital fluminense no primeiro ano da pandemia da covid-19, mas a intervenção de um projeto que reuniu pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e ativistas da organização não governamental Redes da Maré atenuou o impacto da doença a partir de setembro de 2020.
Os resultados dos projetos Vacina Maré e Conexão Saúde: De olho na Covid-19 foram apresentados na quinta-feira no seminário Olhares sobre a Covid em favelas: ciência, participação e saúde pública, promovido pela Fiocruz, no Rio de Janeiro.
O virologista Thiago Moreno descreveu em sua apresentação sobre o mapeamento das variantes genéticas do coronavírus que circularam na Maré que, em julho de 2020, as comunidades do complexo já concentravam 93 óbitos por covid-19, o que representava uma letalidade de 15% em relação aos 592 casos confirmados até então.
– A mortalidade era o dobro que a da cidade do Rio de Janeiro. A gente ficou com a nítida percepção de que era importante entender o que estava acontecendo nessa região – disse Moreno, vinculado ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz)
O pesquisador vê as condições de vida no complexo de favelas como fatores que estavam ligados a essa maior letalidade, já que a alta densidade populacional e a baixa renda dificultam o isolamento domiciliar e facilitam a transmissão do vírus. A Maré é um complexo de 16 comunidades com cerca de 140 mil habitantes, distribuídos em apenas 5 quilômetros quadrados.
Agravam a qualidade de vida dessa população problemas de saneamento básico, moradias pouco ventiladas e violência urbana, já que diferentes facções criminosas disputam o território, onde ocorrem tiroteios e operações policiais.