Bloomberg revela que centenas de funcionários foram contratados para ouvir conversas de usuários. Empresa confirma a prática, mas garante que foi suspensa. Apple, Google e Amazon foram criticadas por caso semelhante.
Por Redação, com DW - de Nova York
O Facebook contratou centenas de trabalhadores terceirizados para ouvir e transcrever mensagens em áudio de usuários do serviço de mensagens Messenger, revelou a plataforma Bloomberg.
A rede social confirmou que áudios estavam sendo transcritos, mas garantiu que a prática já foi suspensa. "Assim como a Apple e o Google, pausamos a análise humana de áudio há mais de uma semana", afirmou a empresa à Bloomberg na terça-feira.
Segundo o Facebook, somente foram afetados os usuários que ativaram a função de transcrição para mensagens de voz.
A reportagem da Bloomberg revelou que centenas de funcionários de empresas terceirizadas ouviam e transcreviam clipes de áudio para o Facebook. Os trabalhadores não tinham conhecimento da situação sob a qual as conversas tinham ocorrido e para qual finalidade se destinava a transcrição.
Ainda segundo a Bloomberg, alguns dos terceirizados sentiam que seu trabalho era antiético e ficavam abalados com algumas conversas ouvidas, que por vezes tinham conteúdos "vulgares".
De acordo com o Facebook, a transcrição dos áudios por tralhadores terceirizados visava verificar se o software entende corretamente as frases dos usuários. As mensagens teriam sido anteriormente anonimizadas, afirmou a empresa.
Nas últimas semanas, Amazon, Apple e Google foram alvo de críticas após a revelação de que elas empregam pessoas para analisar áudios coletados por seus sistemas de assistência de voz.
As companhias
As companhias alegam que a prática de analisar conversas visa aperfeiçoar seus produtos. Enquanto Apple e Google dizem ter suspendido a prática, a Amazon dá a seus usuários a opção de bloquear a coleta de voz realizada pelo seu assistente de voz Alexa.
No caso do Facebook, a situação é um pouco mais delicada do que para os outros conglomerados de tecnologia. Há anos há rumores de que aplicativos da rede social ouvem os usuários para personalizar conteúdos publicitários. Relatos de casos em que propagandas combinam com uma conversa realizada pouco antes comprovariam essa suspeita.
Entretanto, a empresa sempre negou a prática. Seu fundador e CEO, Mark Zuckerberg, refutou isso veementemente durante um questionamento no Congresso dos Estados Unidos, classificando a denúncia de "teoria da conspiração".
Dados de áudio
O Facebook também sempre frisou que a rede social só processa dados de áudio se um usuário der sua permissão expressa. Embora esteja claro que áudios devem ser processados durante a função de transcrição, os usuários não tinham consciência, como no caso dos assistentes de voz das outras empresas, de que, em alguns casos, outras pessoas ouviam esses áudios.
No mês passado, a empresa de tecnologia fechou acordo com o governo norte-americano para pagar uma multa de R$ 5 bilhões, encerrando um processo por violação de privacidade. A ação se refere ao escândalo envolvendo a Cambridge Analytica, empresa que recolheu dados de 87 milhões de usuários do Facebook sem o conhecimento dessas pessoas com intuito de fazer propaganda política.
Modelos do Macbook Pro
A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) proibiu certos modelos do MacBook Pro da Apple em voos, depois que a empresa fez o recall de unidades selecionadas que tinham baterias com risco de incêndio.
– A FAA está ciente das baterias recolhidas que são usadas em alguns modelos do MacBook Pro – disse o porta-voz da agência em comunicado enviado por email na segunda-feira, acrescentando que a agência “alertou as companhias aéreas sobre o recall”.
A Apple anunciou em junho que faria o recall de um número limitado de unidades MacBook Pro de 15 polegadas, já que suas baterias eram suscetíveis a superaquecimento. As unidades foram vendidas entre setembro de 2015 e fevereiro de 2017.
A Apple não respondeu imediatamente ao pedido da agência inglesa de notícias Reuters de comentários.
Smartwatches e fones bluetooth
Alguns produtos eletrônicos de consumo que tinham sido poupados de tarifas de importação dos Estados Unidos sobre bens chineses, incluindo relógios inteligentes, pulseiras de treino, alto falantes inteligentes e fones bluetooth ficaram de fora de uma extensão no prazo para entrada em vigor das taxas.
Segundo listas publicadas pelo Departamento de Comércio dos EUA, uma ampla categoria de itens retirados das tarifas no ano passado estará sujeita à cobrança de 10 % a partir de 1º de setembro.
Produtos populares na lista incluem smartwatches de empresas como Apple, alto falantes de marcas de empresas como a Amazon e dispositivos com conexão bluetooth.