Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Exploração de hidrocarbonetos na América Latina gera controvérsias

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Domingo, 27 de Agosto de 2023 às 17:41, por: CdB

Objeto da consulta popular foi o destino do Bloco 43, um grupo de campos de extração de petróleo localizados no Parque Nacional Yasuni: 59% dos participantes votaram pelo fim da exploração.


Por Redação, com DW - de Brasília, Buenos Aires e Quito

No plebiscito de 20 de agosto, a maioria da população do Equador tomou a decisão histórica de barrar novas explorações de petróleo numa região amazônica responsável por cerca 12% da produção do combustível fóssil no país.

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Comunidades amazônicas protestam contra a exploração de petróleo na foz do Rio


Objeto da consulta popular foi o destino do Bloco 43, um grupo de campos de extração de petróleo localizados no Parque Nacional Yasuni: 59% dos participantes votaram pelo fim da exploração.

O movimento vai no mesmo sentido da Colômbia, cujo atual governo busca barrar novas perfurações em seu território. No entanto, em outras partes da América do Sul a exploração segue avançando e há forte defesa de que tais recursos são fundamentais para o crescimento e geração de riqueza.

Amazônia


O tema gerou uma cisão entre os países amazônicos, especialmente por parte da Colômbia, culminando uma conclusão vista como vaga, durante a última Cúpula da Amazônia, realizada no começo de agosto. Naquele encontro, o governo do presidente Gustavo Petro almejava um acordo pela proibição de novas explorações petrolíferas na Amazônia, o que foi rechaçado especialmente pelo Brasil.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no entanto, visa até ampliar a produção na Margem Equatorial na Amazônia, o que gerou controvérsia com parte da atual gestão e especialistas da área. Em 22 de agosto, a Advocacia-Geral da União (AGU) publicou um parecer concluindo que a elaboração de uma avaliação não impede o Ibama de conceder licença ambiental para explorar petróleo e gás na foz do Rio Amazonas.

Desde 2017, o Brasil é o maior produtor de petróleo da América Latina: o último boletim da Associação Nacional de Petróleo (ANP) sobre o tema, referente a junho, acusou um recorde de 4,324 milhões barris extraídos por dia. Em 2022, o hidrocarboneto foi a segunda maior fonte de receita de exportação brasileira, atrás apenas da soja, com US$ 42,5 bilhões, ou 12,5% do total exportado.

 

Fracking


Outro integrante do Conselho da Amazônia que aposta na exploração do petróleo é a Guiana, que encontrou vastas reservas de hidrocarbonetos em 2015. Em 2022, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o país teve o maior crescimento no mundo: a alta de 57,8% de seu Produto Interno Bruto (PIB) foi amplamente apoiada pelo petróleo.

Ainda na América do Sul, a Argentina optou recentemente por avançar na exploração de Vaca Muerta, uma das maiores reservas de gás natural e petróleo do mundo. O projeto é controverso, inclusive por envolver a técnica de  fraturamento hidráulico (fracking), considerada de alto risco para o meio ambiente. Na campanha das eleições presidenciais de 2023, nenhum dos principais candidatos sugeriu medidas que afetassem tal exploração.

Um argumento frequente contra os avanços no combate às mudanças climáticas em países menos desenvolvidos é o que essa deveria ser uma responsabilidade das nações mais ricas, já que historicamente foram as que mais emitiram poluentes.

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