Chefe de Estado-Maior do Comando Militar do Leste (CML), o general Hélio de Macedo disse nesta quarta-feira que as investigações e as operações do Exército continuarão, mesmo depois da recuperação dos dez fuzis e uma pistola roubados de um quartel do Rio de Janeiro. Segundo ele afirmou, o objetivo agora é encontrar os culpados.
- Nós temos que chegar aos responsáveis e saber se foi gente conivente ou omissa (dentro do quartel) ou se foi um meliante externo à unidade. Tenho certeza de que o inquérito agora, com as armas apreendidas, prosseguirá na parte de investigação para levantar os culpados - disse..
O general acrescentou que as operações militares poderão continuar, caso o inquérito policial militar aponte para essa necessidade.
- Se o inquérito levantar a necessidade de uma ação em determinado local, para se prender alguém, com mandado de prisão, ou para se buscar algum outro tipo de dado, será realizada essa ação - afirmou.
Apoio popular
Para o relações-públicas do Comando Militar do Leste (CML), coronel Fernando Lemos, a recupareção das armas roubadas ocorreu devido à pressão exercida pelas Forças Armadas contra o tráfico de drogas. Ele negou ter havido acordo com traficantes para devolução do armamento e atribuiu aos prejuízos sofridos pelos bandidos a iniciativa deles de devolver os 10 fuzis e a pistola levados do Estabelecimento Central de Transporte (ECT), em São Cristóvão.
- Não negociamos com traficantes ou bandidos. O que ocorre é que o tráfico, com as nossas ações, teve um prejuízo enorme. Eles preferiram entregar o armamento a perder, a ter prejuízo. Isso é a razão, é a realidade - disse.
O coronel Lemos não considerou uma coincidência o fato de as armas terem aparecido na Rocinha, exatamente no dia em que as tropas ocuparam a favela:
- Não é coincidência, é trabalho de inteligência, verificação de denúncia. Os indícios chegam a nós e são analisados. Muitas vezes damos com os burros nágua, como diz a população, mas às vezes dá certo.
Ele também explicou porque as tropas voltaram aos quartéis depois de encontradas as armas roubadas:
- Só podemos agir em ações de segurança interna se houver intervenção no Estado pelo presidente da República ou se o governadora do Estado solicitar essa intervenção. De qualquer outra forma, é ilegal a nossa presença nas ruas. Quem faz isso é a segurança pública.
O apoio da população, segundo Lemos, que citou pesquisas realizadas junto ao público, foi fundamental para o sucesso da operação.
- Quero agradecer à população o apoio nas pesquisas - disse.
As armas foram encontradas em um lugar conhecido como Esqueleto, na comunidade da Rocinha. A informação sobre a localização do armamento teria sido repassada por um homem não identificado, que não chegou a ser preso pelos militares.