Presidente-executivo da aliança automobilística Renault-Nissan-Mitsubishi, Ghosn é acusado de fraude fiscal e uso de dinheiro e recursos da empresa para fins pessoais. O empresário teria usado os fundos, entre outras contas, para a compra de imóveis também no Líbano.
Por Redação, com agências internacionais - de Tóquio
Um dos mais prestigiados executivos do mundo, o franco-líbano-brasileiro Carlos Ghosn, preso na véspera pela polícia japonesa, gastou parte dos recursos desviados das companhias que administrava em imóveis de altíssimo luxo, ao redor do mundo. Entre eles, uma mansão na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Presidente-executivo da aliança automobilística Renault-Nissan-Mitsubishi, Ghosn é acusado de fraude fiscal e uso de dinheiro e recursos da empresa para fins pessoais. O empresário teria usado os fundos, entre outras contas, para a compra de imóveis também no Líbano.
Segundo o jornal Nikkei, Ghosn teria comprado, com dinheiro do grupo japonês, além da residência em um condomínio no Rio, uma outra em Beirute. De acordo com o jornal, referência econômica do país, uma filial da Nissan Motor gastou US$ 17,8 milhões nas mansões para o executivo.
Negócios suspeitos
As transações teriam sido feitas por meio de uma filial holandesa constituída em 2010. Ainda segundo o Nikkei, a entidade jurídica que adquiriu os bens teria sido criada para realizar investimentos em startups. A empresa teria sido, no entanto, usada para fins pessoais de Ghosn, com a cumplicidade de seu principal colaborador.
A emissora pública japonesa “NHK” afirma que também foram compradas casas em Paris e Amsterdã “sem nenhuma razão comercial legítima”. O canal diz ainda que o empresário pode ter usado os fundos da empresa para pagar as viagens de seus familiares.
Além da fraude, a administração japonesa revela detalhes sobre a investigação. O Ministério da Economia suspeita que o CEO queria absorver as empresas Nissan e Mitsubishi Motors por meio da criação de uma grande holding baseada em Amsterdã.
As autoridades japonesas também questionam o equilíbrio da aliança entre Nissan e Renault.