Moyses Henrique Marques é acusado de produzir e disseminar dossiês com informações faltas contra autoridades.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
Moyses Henrique Marques, ex-subsecretário adjunto de Gestão Operacional da Seap (Secretaria de Administração Penitenciária), foi alvo de um mandado de busca e apreensão nesta quinta-feira por suspeita de produzir e disseminar dossiês com informações falsas contra autoridades.

O mandado foi cumprido na casa do ex-subsecretário no bairro Rio Comprido, região central do Rio de Janeiro, em uma investigação conduzida pela Draco, unidade especializada da Polícia Civil. Os agentes apreenderam celulares, que serão periciados.
O ex-subsecretário é acusado de praticar crimes de injúria, calúnia e obstrução de Justiça. Entre as condutas criminosas, é investigado por propagar fake news contra agentes da alta cúpula da própria Seap e contra outras autoridades no governo estadual, parlamentares da Alerj e membros do Judiciário.
Segundo a Polícia Civil, o material foi fabricado para acusar falsamente o governo de instalar escutas ilegais
Além de imputações falsas de crimes, como quebra indevida de sigilo, infrações em processos licitatórios e corrupção, ele ainda formalizou ofensas de cunho pessoal contra as vítimas.
A reportagem não localizou os representantes legais para que ele se manifestasse. O espaço segue aberto.
Como começou a apuração da Draco
A investigação foi iniciada após o rastreamento de fragmentos de mensagens apagadas em um celular corporativo usado pelo ex-subsecretário.
O dossiê foi produzido para atender aos interesses de um grupo ligado à exploração de cantinas em presídios, atividade encerrada pela Seap em 2024, de acordo com informações da investigação da Draco.
Moysés Marques ocupou o cargo de subsecretário da Seap entre 2020 e 2021, nas gestões do ex-governador Wilson Witzel e de Cláudio Castro.
A Seap afirma que se trata de uma tentativa de gerar conflito entre o governador Cláudio Castro e o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar. “[A Seap] repudia veementemente qualquer tentativa de desestabilização institucional ou manipulação de informações com o objetivo de atender a interesses particulares e escusos”.
A Seap informou que ele responde a um processo administrativo disciplinar e a duas sindicâncias. A mais recente delas por suspeita de coagir colegas a coletar documentos internos para sustentar as suas denúncias.
Ele já havia sido alvo da Operação Hiperfagia, do MP do Rio, que apurou um esquema de fraude em licitações e superfaturamento no fornecimento de alimentação ao sistema prisional, com prejuízo estimado em R$ 350 milhões.
Na ocasião, o policial penal Márcio Luís dos Anjos da Rocha também foi alvo da ação. Ele recebeu multa de R$ 102 milhões aplicada pelo MP.
Márcio Rocha já havia sido investigado pela Promotoria por suspeita de envolvimento em lavagem de dinheiro, com movimentações de R$ 100 milhões.