A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) decide, nesta quarta-feira, se antecipa ou não o depoimento de Fernanda Karina Somaggio, diante da entrevista concedida por ela à TV Globo, de que teria sido ameaçada de morte e, por isso, desmentiu para a Polícia Federal parte da entrevista que concedeu anteriormente à imprensa.
Nela, Karina Somaggio afirmava que o seu ex-chefe Marcos Valério de Souza, publicitário de Belo Horizonte, carregava malas de dinheiro quando se encontrava com integrantes do PT, como o tesoureiro do partido, Delúbio Soares.
O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), disse que, diante da confirmação das informações dadas à revista, é possível que se antecipe para a próxima semana o seu depoimento à comissão. No entanto, Delcídio Amaral ressaltou que o assunto terá que ser discutido pelo plenário da CPI. Existe um requerimento de preferência do deputado Ônix Lorenzoni (PFL-RS) para que logo após o depoimento do publicitário, a ex-secretário possa ser ouvida.
- É imprescindível colocar frente a frente Marcos Valério e Karina. Nós já fizemos este requerimento para que, na próxima semana, isso aconteça - afirmou Lorenzoni.
Pouco antes da suspensão da sessão, o ex-chefe de departamento dos Correios, Maurício Marinho, afirmou que a empresa de informática HHP teria sido beneficiada numa compra emergencial de 500 impressoras, pelos Correios. Segundo ele, isso aconteceu a partir de uma licitação revogada pela Diretoria de Tecnologia da ECT.
- Houve uma compra emergencial de impressoras que foi feita à HHP - disse Marinho.
De acordo com o funcionário dos Correios, a empresa é ligada ao PT e ao secretário-geral do partido, Silvio Pereira. O relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse que nos depoimentos prestados à Polícia Federal e ao Ministério Público, em nenhum momento Maurício Marinho comentou a compra dessas impressoras.