A petrolífera adota a prática de porta giratória, tirando executivos de uma ponta do processo e passando-os para o outro lado do balcão, em companhias privadas que compram justamente espólio da estatal da qual vieram.
Por Redação - do Rio de Janeiro
Executivo da 3R Petroleum com ex-diretores da Petrobras na diretoria, o empresário Roberto Castello Branco, ex-presidente da estatal, registra lucro sem precedentes. A empresa atua exclusivamente em campos comprados da estatal.
A petrolífera adota a prática de porta giratória, tirando executivos de uma ponta do processo e passando-os para o outro lado do balcão, em companhias privadas que compram justamente espólio da estatal da qual vieram.
A petrolífera privada tem 12 profissionais com passagens pela Petrobras, inclusive Castello Branco, atual presidente do Conselho de Administração da 3R, que comprou nove polos de gás e petróleo da Petrobras - todos durante o governo Jair Bolsonaro (PL) e a gestão de Paulo Guedes no Ministério da Economia.
Negócios
Guedes também se beneficia do sucesso permitido durante sua gestão à companhia privada. Ele é ex-sócio e fundador do banco BTG Pactual, que detém 3,68% do capital social da 3R. O BTG ajudou a levantar os fundos para que a petrolífera pudesse fechar os negócios com a Petrobras.
No último balanço divulgado, a 3R registrou receita no terceiro trimestre de 2022 de R$ 502 milhões, um aumento de 161% em relação ao mesmo período de 2021 e de 1.364% comparado ao trimestre anterior.
Durante a gestão de Castello Branco na Petrobras, a estatal vendeu 37 campos de petróleo. Só com a 3R, nesse período, os campos negociados renderam cerca de R$ 3,8 bilhões, em valores atuais. Castello Branco presidiu a empresa de janeiro de 2019 até 12 de abril de 2021. A ida de Castello Branco para a 3R respeitou a quarentena de seis meses prevista em lei, para evitar conflito de interesses.